As bancadas do PSD, PS e CDS/PP chumbaram sexta-feira, 5, um projecto de resolução do PCP no qual estava inscrita uma recomendação ao Governo no sentido de incrementar um «plano de combate à precariedade e promoção de emprego com direitos» no distrito do Porto.
Este é um problema que atinge de forma particularmente aguda este distrito, como assinalam no seu texto legislativo os deputados comunistas, exigindo por isso «um combate sem tréguas».
A semana de “Acção, protesto e proposta” da CGTP-IN contou com uma expressiva manifestação - reunindo mais de um milhar de trabalhadores - que percorreu o Porto entoando palavras de ordem como “roubo no Natal é terrorismo nacional”. O objectivo de entregar no Ministério da Economia e Emprego e na delegação da Segurança Social, a resolução aprovada na concentração que anteriormente teve lugar na Rotunda da Boavista, foi cumprido. Mas esta iniciativa foi também um momento de esclarecimento e de mobilização para a luta. ver fotos da manifestação
Foi hoje apresentado publicamente o Projecto de Resolução que o PCP entregou na Assembleia da República e que recomenda ao Governo a implementação no distrito do Porto de um plano de combate à precariedade e promoção de emprego com direitos.
Na conferência de imprensa levada a cabo para o efeito no Centro de Trabalho da Boavista, o deputado Jorge Machado descreveu a dimensão preocupante do desemprego e da precariedade no distrito do Porto. Um distrito onde a média salarial é inferior à média nacional, onde o desemprego atinge mais de 200 mil desempregados (valor bem acima da média nacional), onde muitos milhares de trabalhadores estão em situação precária, dando como exemplo os cerca de 50% dos trabalhadores nos centros comerciais, os mais de 50% dos trabalhadores no sector da restauração e bebidas, os cerca de 80% dos trabalhadores da construção civil, etc. ver Projecto de Resolução
Os trabalhadores da REPOVEN, na Maia, iniciaram hoje uma greve que se prolonga até à próxima sexta-feira. Reclamam o pagamento do subsídio de férias de 2010 e protestam ainda contra os sucessivos atrasos no pagamento dos salários, situação que se arrasta há anos.
O PCP questionou já o governo sobre esta situação, exigindo medidas por via das entidades competentes, designadamente a Autoridade para as Condições de Trabalho. ver pergunta da Assembleia da República