com um desenho de José Rodrigues
(Edição do Sector Intelectual do Porto do PCP)
Para propaganda dos seus enganosos e mesquinhos interesses, as classes exploradoras deformam e manipulam o significado do melhor património nacional e universal da cultura. Mas a verdade da cultura, quando apurada por uma crítica rigorosa e historicamente perspectivada, está sempre com o progresso social, mesmo se se trata de obras que foram produzidas em condições de cerrada exploração social, mesmo se as suas intenções mais profundas tiveram de abrir caminho através de espessos preconceitos ideológicos ao serviço dessa opressão.


Os intelectuais comunistas do Porto são os herdeiros legítimos de uma notável herança que, simultaneamente, os deve estimular e responsabilizar. No período romântico, em que a pequena burguesia do Porto tinha uma expressão cultural relativamente independente e própria, em que alguns pequenos logistas aguentaram, durante catorze anos a publicação de uma revista, “A Grinalda” (1855-69), fundaram instituições como o Ateneu Comercial, hoje dominado pela alta burguesia, e sustentaram temporadas regulares de teatro e de ópera – esta cidade conheceu figuras como Camilo, Arnaldo gama, Júlio Dinis e Guilherme Braga.
Estou certo de que nenhuma das pessoas presentes terá dúvidas de que nos encontramos a viver e a intervir em momentos decisivos da história do povo português.

