Em entrevista ao semanário Grande Porto, o Presidente da Autoridade Metropolitana dos Transportes do Porto (AMTP) afirmou que considera irrealista qualquer reivindicação de alargamento da rede de Metro, acrescentado que o caminho deve passar por aumentar ainda mais os preços e pela redução da oferta da STCP e da CP. Joaquim Cavalheiro referiu que falar na segunda fase do Metro é “estar completamente fora da realidade”, sublinhando “temos que cair na real” e “não sei se alguém de bom senso pode pensar que a segunda fase avança”. Relativamente aos preços dos transportes públicos, classificou que o recente aumento médio de 15% “ não é suficiente”.
O ataque às funções sociais do Estado e aos serviços e empresas públicas, em nome de sucessivos PEC e do memorando assinado com a troika, estão a fazer-se sentir de forma muito especial no Norte do País.
Testemunho recente dessa realidade foi a decisão unilateral tomada pela administração da CP de acabar com a ligação ferroviária entre o Porto e Vigo.
Foi ontem apresentado, em conferência de imprensa no Porto, o projecto de lei do PCP que visa alterar o modelo de financiamento do Metro do Porto de forma a permitir avançar com a 2ª fase de expansão da rede. ver projecto de lei
O Movimento dos Utentes dos Transportes Públicos do Porto promoveu ontem uma acção de protesto frente à Estação de comboios de São Bento.
Os deputados do PCP Jorge Machado e Ilda Figueiredo estiveram presentes no local, juntamente com as centenas de utentes descontentes com os aumentos brutais nos bilhetes e passes “sociais” que se fizeram ouvir gritando palavras de ordem tais como “o custo de vida aumenta, o povo não aguenta”, ou “aumentos. Assim não dá”.
Os aumentos criticados pelos utentes chegam a ser, em alguns casos, de 23% na CP e de 16% na STCP e Metro do Porto.
O PCP, solidário com as dificuldades sentidas pelos utentes e empenhado na luta contra o objectivo do Governo em privatizar empresas públicas de transportes, continuará por seu turno e com todos os meios ao seu dispor, o combate contra estas medidas que aumentam o custo de vida e degradam a rede de transportes públicos.