O Distrito do Porto vive uma crescente crise económica e social, sofrendo de uma doença de que se conhecem as causas mas tardam os remédios. Entretanto, os efeitos são devastadores para a economia da região e para a qualidade de vida da sua população.
O tecido produtivo vive um processo acelerado de definhamento, com o encerramento diário das empresas, com particular destaque para o distrito do Porto.
Os dados do Anuário Estatístico da Região Norte, agora publicados com informações relativas ao período 2006/2007, confirmam a denuncia que ao longo dos anos temos feito.
O distrito do Porto vive uma acentuada crise económica e social resultado das opções políticas dos últimos governos, agravada mais recentemente pela crise capitalista internacional.
A nossa região está mais pobre e, em lugar da prometida convergência, o nível de vida do Povo está cada vez mais longe da média europeia, o que explica o regresso da emigração, particularmente entre a Juventude.
O agravamento da situação económica e social do país é particularmente sentido região do Porto.
As consequências da política de direita no distrito são evidentes e marcam de forma acentuada a região e o dia-a-dia da sua população, destacando-se a destruição da indústria; o desemprego de 14%, atingindo mais de 124 mil trabalhadores; os baixos salários, com 200 mil trabalhadores com salários abaixo dos 600€; o aumento da precariedade, atingindo cerca de 25% dos trabalhadores por conta de outrem; a quebra de investimento público e consequente abandono ou interrupção de projectos importantes como as plataformas logísticas; o encerramento de serviços públicos entre tantos outros exemplos.
Em Portugal, com destaque para o Norte, a crise económica e social agrava-se e o desemprego não pára de aumentar, tornando esta região uma das mais pobres da União Europeia, como o prova documentos recentes do Eurostat.
Grandes empresas continuam a anunciar a diminuição da sua actividade e do emprego. Um dos exemplos mais graves é o da Qimonda, em Vila do Conde, que está a num processo de despedimento de mais de 600 trabalhadores, a somar aos cerca de 1000 que já tinha despedido no último ano. É, na prática, a destruição de uma das maiores e mais importantes empresas de um sector industrial estratégico para o desenvolvimento tecnológico.
Não podemos aceitar esta situação. É inaceitável que nem a Comissão europeia nem o Conselho tenham encontrado uma alternativa ao desmantelamento deste sector dos micro-chips, da nanotecnologia. É lamentável que continuem indiferentes ao agravamento do desemprego e à crescente agonia de vastas regiões da União Europeia.