A fusão do Agrupamento de Escolas de Coronado (escolas das freguesias de Covelas, S. Romão e S. Mamede do Coronado) com o Agrupamento de Escolas do Castro (escolas das freguesias de Guidões, Alvarelhos, Muro) constitui uma profunda desfiguração das características fundamentais da Escola Pública, particularmente quando consideradas à luz da Lei de Bases do Sistema Educativo e da Constituição da República Portuguesa, por parte do governo e com a anuência da vereadora do PS na Câmara.
Mais uma vez demonstra-se que as diferenças políticas entre PSD, CDS e PS são mínimas.
Por detrás desta estratégia de aglomeração e concentração dos meios escolares, sejam materiais ou humanos está a subversão completa do papel do Sistema Público de Ensino, fragilizando-o e criando o espaço para que, cada vez mais, progrida a marcha de gradual privatização do ensino a que já se assiste. A qualidade pedagógica, o sucesso real das aprendizagens são paulatinamente substituídos por preocupações meramente estatísticas e economicistas. A destruição do esforço, pessoal e colectivo, de professores, funcionários, pais e estudantes, por imposição de uma política que faz tábua rasa do empenho desses agentes traz consequências humanas, sociais e económicas para o país que se afirmarão negativas a muito curto-prazo.
Esta fusão tem como objectivo despedir professores, auxiliares de educação, dificultar a vida aos pais (maior distância para tratar dos assuntos escolares dos filhos) e aos alunos (cada vez mais alunos por turma e pior qualidade de ensino), pode constituir mais um passo para o encerramento de escolas de proximidade, eis o que o governo e a Câmara querem, sob a batuta da Troika.
Alunos que chegam à escola sem pequeno-almoço, a falta de meios técnicos e humanos para a inclusão dos estudantes com necessidades educativas especiais, os cortes nos passes 4-18 e Sub23 (no próximo ano lectivo, pretendem acabar com estes dois passes), são problemas que a criação do Mega-Agrupamento não resolverá.
A Comissão Concelhia da Trofa do PCP alerta a população para o ataque a tudo o que é serviço público:
- Educação (este Mega-agrupamento, encerramento da escola de Cidai, etc.);
- Transportes (caso do Metro para a Trofa, aumentos brutais das viagens e passes, etc.);
- Saúde (aumentos das taxas moderadoras, dos medicamentos, dos cortes nos transportes de doentes por parte dos bombeiros, etc.);
- Acesso à cultura (cortes às associações do Concelho e desporto popular, etc.);
- A todos os trabalhadores (através do aumento da precariedade, do tempo de trabalho, da diminuição de salários, cortes dos subsídios à Função Pública e reformados, que conduz a um inadmissível aumento exponencial da exploração, etc.);
- À população em geral (com diminuição de todas as prestações sociais, o aumento do IMI, a Lei dos arrendamentos, etc.);
- Ao Poder Local Democrático (com a pretensa Reorganização Administrativa, etc.).
Esta política está a conduzir o país para um abismo que está e irá ter consequências sociais devastadoras. “É tempo de dizer Basta!”, é necessário reagir a todos estes ataques e demonstrar na rua que não aceitamos este Pacto de Agressão que estão a impor ao país e à população da Trofa.
Trofa, 31 de Maio de 2012
A Comissão Concelhia da Trofa do Partido Comunista Português
A fusão do Agrupamento de Escolas de Coronado (escolas das freguesias de Covelas, S. Romão e S. Mamede do Coronado) com o Agrupamento de Escolas do Castro (escolas das freguesias de Guidões, Alvarelhos, Muro) constitui uma profunda desfiguração das características fundamentais da Escola Pública, particularmente quando consideradas à luz da Lei de Bases do Sistema Educativo e da Constituição da República Portuguesa, por parte do governo e com a anuência da vereadora do PS na Câmara.