Para Óscar Lopes, com a alegria de uma grande admiração
Em Óscar Lopes reconhece-se um imenso e actuante amor pelo Porto, cuja fisionomia cultural e política tanto tem ajudado a formar. Quase estou tentado a dizer que, como Camilo ou Sampaio Bruno, Óscar Lopes é primeiro portuense e só depois português, o que pode também ser o seu modo de estar no mundo e de amar o povo a que pertence.
Em mais de quarenta anos de contactos com escritores, quase sempre por força da profissão, e só raras vezes por gosto, alguma coisa fui aprendendo acerca da coerência (ou da sua falta), e nenhum exemplo de coerência se avantajou no meu espírito ao que de Óscar Lopes tenho recebido em todos os momentos do nosso convívio de autor e editor. Nenhum autor é mais acessível nos seus contactos com o editor, porque ninguém leva mais longe o seu desamor ao bulício publicitário que hoje quase todos os escritores exigem da engrenagem editorial, talvez porque publica sem pressas nascisistas ou atropelos de outras actividades que porventura o apaixonem menos do que escrever, mas que terá por mais urgentes ou importantes.