Organização Regional do Porto do PCPOrganização Regional do Porto do PCPOrganização Regional do Porto do PCP

  • Início
  • Posições Políticas
  • Organizações
  • Propaganda
  • Contactos
  • XIII AORP
  1. Início
06 junho 2012

PCP pela defesa dos trabalhadores e da população!

A Comissão Concelhia da Trofa reunida ontem, dia 5 de Junho, procedeu à análise da situação social vivida no nosso Concelho e definiu o conjunto de tarefas para este mesmo mês.
Os trabalhadores
Denunciamos, através de uma nota de imprensa, que a taxa de desemprego na Trofa era de 17,5% em Fevereiro (3721 desempregados) e agora, no mês de Abril, encontra-se nos 18,28% (3887 desempregados). O flagelo do desemprego afecta muito mais trabalhadores do que os números oficiais do IEFP. Apenas dois meses passados e com a situação que o país vive, a análise que o PCP fez mostrou-se correcta. Submetido à ingerência externa com o acordo dos partidos que assinaram este Pacto de Agressão – PS, PSD e CDS-PP –, é evidente que esta política não tem a base social de apoio reflectida nos resultados eleitorais e tem que ser, agora, derrotada pelo povo na rua. Relembrámos as demagógicas campanhas eleitorais que estes partidos fizeram – através de uma injecção massiva nos órgãos de comunicação social dominante e dominados pelos grandes grupos económicos – e as promessas que rasgaram no dia seguinte à conquista do poder. Enganaram o povo!
O encerramento da Gamor, a Mida com subsídios em atraso e um lay-off (processo de redução temporária do período normal de trabalho e de suspensão do contrato de trabalho) e ainda as Confecções Têxteis da Maganha com três meses de salários em atraso são o reflexo desta política recessiva e da já longa continuidade da destruição do nosso aparelho produtivo que tem atirado os trabalhadores para situações dramáticas. Confrontados com salários em atraso e dívidas, a pagar, alguns trabalhadores têm abdicado dos seus direitos chegando a acordo com as entidades patronais, rescindindo os contractos de trabalho, sendo colocados na enorme lista do desemprego. Com “uma mão atrás e outra à frente” ficam sem as indeminizações a que têm direito e dão de “mão beijada” milhares de euros devidos ao trabalho de anos a fio ao patronato. O PCP apela à união dos trabalhadores nestes momentos difíceis e à firme determinação na luta pelos seus direitos. Com a luta nem sempre se ganha mas sem luta perde-se sempre!
A dívida da Câmara
A pesada herança do Executivo PSD, em 31 de Dezembro de 2011, está cifrada em 4 milhões e 700 mil euros de dívida a fornecedores (sem contar com o que foi pago por este Executivo PS e com as responsabilidades bancárias). O actual PS, só a fornecedores, tem responsabilidade de uma dívida de 3 milhões e 100 mil euros à mesma data. Totaliza cerca de 7 milhões e 800 mil euros de dívida a fornecedores!
A maior dívida é perante a Suma (SUMA SERVIÇOS URBANOS E MEIO AMBIENTE S.A) – 1 milhão e 800 mil do tempo do PSD e 400 mil do PS –, constitui 28,5% da dívida total.
Com a alteração à Lei do Sector Empresarial Local, a Trofáguas vai ser extinta e ser integrada nas Águas do Noroeste para depois se prosseguir a via da privatização dos bens essenciais com custos cada vez mais onerosos para as populações, já de si sobrecarregada de injustos impostos e de rendimentos cada vez mais baixos. Passaram os serviços garantidos pelas Câmaras para as empresas municipais e agora querem passar os mesmos para a gula dos lucros que os privados tanto anseiam. A privatização, que o governo pretende, da Água Pública, um bem essencial e universal, provocará mais despedimentos de trabalhadores e cria condições para a proliferação de mais negociatas e corrupção.
Remunicipalizar garantindo todos os postos de trabalho, garantir o financiamento adequado das actividades prestadas pelo Poder Local, garantir o serviço público e gratuito da gestão da água, saneamento e resíduos sólidos e promover a Regionalização através de sufrágio universal é a nossa proposta.
Quer seja no governo, quer seja na Câmara os responsáveis pela actual situação são o PSD, o PS e o CDS-PP!
A asfixia a que tem sido submetido o Poder Local Democrático através de sucessivos cortes ao financiamento pelos sucessivos governos é agora disponibilizado por uma linha de crédito no valor de 1000 milhões de euros, por sinal, o montante sonegado às autarquias desde 2010! A Trofa precisa mas ao contrário do que se anda a propagandear quanto a benefícios que daí adviriam, o que esta linha de crédito representará como “ajuda” é, não só a entrega da autonomia municipal – com uma subordinação da governação do Poder Local pelo Poder Central –, mas sobretudo um programa de saque aos rendimentos das populações pelo obrigatório aumento brutal e insuportável de todas as taxas, tarifas e impostos locais, pela redução ou eliminação de significativas parcelas da actividade municipal, pela imposição da proibição de apoio ao movimento associativo local, condições que redundarão em menos rendimento disponível das famílias, mais empobrecimento, menos actividade económica local, mais dificuldades e recessão.
Mais uma vez promove-se benesses para a banca! A Trofa pode pagar dívida com mais dívida e quem realmente paga é o povo, vítima das políticas do PSD, do PS e do CDS-PP! E no entretanto a população espera pelo Metro, pela Reabilitação do Parque Nª. Srª. das Dores (a ver vamos se este projecto não foi também atirado “para a gaveta” por parte do desvio de verbas do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional) e por projectos essenciais para a promoção do desenvolvimento do nosso Concelho.
Reorganização Administrativa
O PCP reitera a sua discordância com esta Reorganização Administrativa. Ela insere-se num ataque sem precedentes ao Poder Democrático Local e visa destruir uma das principais conquistas do 25 de Abril. Para além desta Lei nº. 22/2012 está a Lei dos Compromissos, a Lei do Sector Empresarial Local, o desvio de fundos do QREN, a Lei Eleitoral (com a criação de Executivos monocolores desvirtuando a vontade expressa pelos eleitores nas urnas) e ainda a Lei das finanças Locais.
Uma visão de conjunto, de cada uma destas Leis e seus objectivos é o que preocupa o PCP! O que nos preocupa é a posição da população e não a de autarcas afastados da população!
A população da Trofa tem que saber que esta Reorganização Administrativa:
- não resolve qualquer problema das contas públicas nacionais;
- está a ser imposta pela ingerência externa e que este governo  e o PS, embora o soubessem antes das eleições não disseram nada nas campanhas eleitorais – enganaram o povo!
- ela coloca em causa a própria existência do município no futuro depois da luta intensa que a população fez para criar o Concelho da Trofa;
- é para continuar a destruição dos serviços públicos fundamentais – escolas, postos de saúde, transportes, correios, finanças, tribunais, acesso à água pública, etc…
- é para despedir ainda mais trabalhadores;
- é para continuar o corte de verbas necessárias para prestar os serviços fundamentais à população (segundo esta Lei apenas há um reforço no primeiro mandato!);
- não pode ser executada por nenhum órgão autárquico porque o mesmo não foi mandatado para o efeito. A Câmara, a Assembleia Municipal e Juntas de freguesia devem recusar ser cúmplices da extinção de freguesias.
O PCP apela para a participação massiva da população em todas as Assembleias de freguesia e municipal para travar esta Reforma Administrativa!
O PCP realizará uma Jornada de contacto com a população no dia 17 (Domingo) pela defesa da integridade e autonomia das freguesias. Iremos esclarecer a população para os perigos desta ofensiva e apelar à sua participação activa na construção do futuro da Trofa.
Trofa, 6 de Junho de 2012
A Comissão Concelhia da Trofa do Partido Comunista Português
trofaA Comissão Concelhia da Trofa reunida ontem, dia 5 de Junho, procedeu à análise da situação social vivida no nosso Concelho e definiu o conjunto de tarefas para este mesmo mês.

Os trabalhadores
Denunciamos, através de uma nota de imprensa, que a taxa de desemprego na Trofa era de 17,5% em Fevereiro (3721 desempregados) e agora, no mês de Abril, encontra-se nos 18,28% (3887 desempregados).

Ler mais...

05 junho 2012

A Educação em debate em Matosinhos

No passado sábado, dia 2 de Junho, a Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP, levou a efeito na Escola Secundária do Padrão da Légua, no Concelho de Matosinhos, uma sessão de esclarecimento sobre a Reforma Escolar (mega agrupamentos) que o Governo às ordens da Troika internacional quer levar por diante com o acordo da Câmara Municipal de Matosinhos, apesar das consequências que estas medidas irão ter no concelho, nomeadamente a redução de professores e de pessoal auxiliar, o aumento de número de alunos por turmas.
Francisco Gonçalves, membro da DORAV e Eduardo Ricardo da Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP deixaram bem claro nas suas intervenções que o que está em causa não é uma melhoria do ensino público, mas a sua destruição como ensino público universal de qualidade, abrindo assim as portas ao ensino privado, para as classes mais privilegiadas, deixando aos filhos dos trabalhadores um ensino que lhes dá como saída única o ensino profissional, separando desde logo à nascença ricos e pobres.
O assunto mobilizou os intervenientes, que com várias intervenções chamaram a atenção da dialéctica trabalhadores/estudantes versus estudantes/trabalhadores, bem como a necessidade da intervenção de pais na comunidade escolar, sem nunca perder de vista que o que se está a passar no ensino, como no SNS, ou noutro sector social, não é mais do que um forte ataque ideológico por parte do capital que tem como objectivo destruir direitos, liberdades e garantias conquistados com o 25 de ABRIL e que este governo está levando a cabo aproveitando o pacto de agressão imposto ao nosso país, com o acordo do PS e a anuência do Presidente da República.
Matosinhos, 4 de Junho de 2012
A Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP
20120602_matosinhosNo passado sábado, dia 2 de Junho, a Comissão Concelhia de Matosinhos do PCP, levou a efeito na Escola Secundária do Padrão da Légua, no Concelho de Matosinhos, uma sessão de esclarecimento sobre a Reforma Escolar (mega agrupamentos) que o Governo às ordens da Troika internacional quer levar por diante com o acordo da Câmara Municipal de Matosinhos, apesar das consequências que estas medidas irão ter no concelho, nomeadamente a redução de professores e de pessoal auxiliar, o aumento de número de alunos por turmas.

Ler mais...

04 junho 2012

CDU defende mais investimento na construção de nova habitação social e na requalificação dos bairros municipais

CDU sublinha falhanço da política de habitação e de reabilitação urbana da coligação
PSD/CDS que governa a cidade há mais de dez anos
O direito à habitação é um dos direitos fundamentais contemplados no artigo 65º da
Constituição da República Portuguesa. No seu nº 1 afirma-se que «todos têm direito, para si e
para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e
conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar». No seu nº 2 alínea d)
afirma-se o papel do Estado e das autarquias locais na «construção de habitações económicas
e sociais». No seu nº 3 afirma-se a necessidade de políticas com vista a «estabelecer um
sistema de renda compatível com o rendimento familiar».
A questão da habitação tem sido um dos eixos fundamentais da intervenção da CDU,
sendo uma das suas prioridades políticas para o desenvolvimento social da cidade do Porto.
Hoje milhares de portuenses vêem negado o direito à habitação, não só excluídos do acesso à
habitação própria, pela reduzida oferta de fogos para arrendamento e, sobretudo, pelo elevado
valor das rendas no Porto (estimando-se, segundo estudos municipais, um valor de renda
médio de 7,2 euros/m2), como também pela redução da oferta de habitação social no
município, por via da demolição de bairros sociais (sendo de sublinhar que a demolição dos
Bairros S. João de Deus, Areias, Cruzes, Urbanização da Faculdade de Engenharia, S. Vicente
de Paulo e, agora, do Aleixo, corresponde a uma destruição de 8% da oferta de habitação
social da cidade) e dos efeitos do realojamento decorrente dessas demolições, sem construção
de nova habitação social.
Dezenas de milhares de portuenses continuam a viver em condições indignas, em fogos
degradados que não oferecem condições de habitabilidade, não só nesse flagelo social que
representam as cerca de 1.200 «ilhas» que existem no Porto, onde vivem mais de 20 mil
portuenses (dados de um estudo municipal de 2000 que a coligação PSD/CDS ainda não
actualizou, não obstante as insistências da CDU), como também no parque habitacional da
própria Câmara Municipal do Porto, quer nos Bairros, quer nas denominadas casas do
património, assim como em muitos fogos do domínio do arrendamento privado, um pouco por
toda a cidade.
A questão da habitação é também uma peça essencial, não só para a melhoria das condições
de vida dos portuenses, mas também de uma estratégia de inversão da contínua perda
populacional que se tem registado. Só nos últimos dez anos a cidade perdeu 7 habitantes por
dia e nos últimos vinte anos o centro histórico assistiu a uma redução de 64% da sua
população residente - perda esta que acelerou nos últimos dez anos.
Sem uma política de aumento da oferta de habitação social na cidade, sem uma política
de reabilitação urbana que promova a construção de nova habitação a custos
controlados, sem a presença de um mercado social de arrendamento que garanta rendas
compatíveis com os rendimentos dos agregados familiares, não será possível inverter o
ciclo de despovoamento e envelhecimento da cidade do Porto, com o que isso significa
de perda de identidade cultural e de vitalidade socioeconómica.
Neste sentido a CDU tem vindo a denunciar de forma veemente o falhanço da política de
habitação e de reabilitação urbana levada a cabo pela coligação PSD/CDS que governa a
cidade do Porto há mais de dez anos, não esquecendo aqui as responsabilidades do legado
dos anteriores doze anos de gestão PS, que deixou os bairros municipais num estado de
degradação habitacional, sem se ter encetado uma estratégia de requalificação e de melhoria
das deficiências estruturais, de bairros que foram construídos, nomeadamente, nos anos 50 e
60 do século passado.
Falhanço evidente pela prerrogativa ideológica da política de direita levada a cabo pela
coligação PSD/CDS de que existe um excedente de oferta de habitação social na cidade e que
não cumpre à Câmara assumir o papel de senhorio. Prerrogativa que levou a que não se
apostasse na construção de novos fogos de habitação social nestes três mandatos de Rui Rio.
Refira-se, a propósito, que durante estes 10 anos apenas se concluíram projectos que
transitaram da Câmara anterior, se construiu o bairro de Parceria e Antunes na sequência da
proposta e das insistências da CDU e que mesmo promessas da coligação PSD/CDS foram
abandonadas (caso das Virtudes e da Noeda). Isto apesar do aumento do número de pedidos
de habitação social, que se tem vindo a acentuar com o agravamento da crise económica e
social. Só em 2011 houve dois novos pedidos de habitação social por dia.
Prerrogativa que levou a que bairros sociais fossem demolidos e a que as rendas sofressem
agravamentos brutais que chegaram, em alguns casos, aos 1.400%!Que levou a uma gestão
do parque habitacional que não autoriza novas inscrições nos agregados familiares existentes
e que não deu deferimento a nenhum pedido de habitação social efectuado depois de Maio de
2010, apesar de terem sido recuperados, só em 2011, 613 fogos devolutos e terem sido
desocupados por diversas razões mais 144 fogos.
Falhanço evidente também ao nível da reabilitação, com a descaracterização da malha urbana
da cidade e a existência de 29 mil fogos devolutos (21% do total de fogos existentes). Falhanço
do modelo da SRU, a Porto Vivo, onde nos últimos seis anos se assistiu no centro histórico ao
aumento o ritmo de perda populacional, num contexto de aumento da degradação urbanística e
do edificado devoluto, onde dos cerca de 1.800 edifícios que constituem a ARU recentemente
delimitada, 4% estão em ruína, 17% estão devolutos e 32% a necessitarem de intervenção
urgente, para além das carências de equipamentos sociais e de 41% das infra-estruturas
urbanas, nomeadamente arruamentos e passeios, necessitarem também de intervenção
urgente. Uma estratégia de reabilitação ligada aos interesses do grande capital imobiliário e
financeiro que opera na cidade do Porto, que levou a construção de fogos a preços
especulativos.
Avenida da Boavista, 931 a 937 ● 4100-128 PORTO ● telefs: 226095651 a 8 ● Fax 226097948
Email: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ● www.cidadedoporto.pcp.pt
A Câmara Municipal do Porto possui os meios para intervir de forma adequada numa política
de habitação que melhore as condições de vida dos portuenses e que responda às suas
carências habitacionais. É tudo apenas uma questão de vontade e prioridade política. A
Câmara possui instrumentos privilegiados de intervenção, começando logo pelos 49 bairros
sociais que possui, cerca de 12.900 fogos de habitação social, para além das denominadas
casas do património que possui um pouco por toda a cidade e dos terrenos urbanizáveis na
sua posse que podem servir para alavancar a construção de novos bairros e equipamentos
sociais, também em parceria com o movimento cooperativo e, obviamente, um orçamento com
a capacidade de gerar investimentos em prol desta estratégia.
Dando prioridade à necessidade de requalificação dos bairros, não só de fachadas, mas
também ao nível da resolução de problemas sociais, estruturais, de arruamentos e áreas
verdes envolventes e também no interior das habitações, que foram degradadas por anos e
anos de negligência municipal, muitas vezes suprida pelo investimento dos próprios
arrendatários.
A CDU recusa a ideia propagandeada pela coligação PSD/CDS de que não há dinheiro, num
contexto em que, por exemplo, só na concessão a privados de 50% da limpeza urbana se
gastaram nos últimos 3 anos mais 11,5 milhões de euros do que o inicialmente previsto e ao
mesmo tempo se reduziu o investimento nos bairros municipais em 9,7 milhões de euros. Num
contexto de aumento de taxas e licenças camarárias e de venda ao desbarato de imóveis
municipais. Num contexto em que esta coligação perdeu 12,8 milhões de euros em fundos
comunitários, sem uma estratégia activa de captação de fundos num contexto de
reprogramação do QREN, em paralelo com as dificuldades de captar fundos públicos do
orçamento de Estado. Quando existe capacidade de endividamento de 17,8 milhões de euros
de euros e existe uma receita liquidada e não cobrada de 17,7 milhões de euros em 2011.
Neste sentido, a CDU considera fundamental uma ruptura com a actual política de direita que
tem governado a cidade, viabilizada em aspectos essenciais pelo próprio PS, no sentido de
uma política de habitação para a cidade, utilizando como instrumento principal o parque
habitacional municipal, assente nos seguintes eixos:
1. Investir na construção de nova habitação social na cidade do Porto
Face à situação de grave crise económica e social que afeta a cidade, e tendo em
conta, também, o estado de degradação do edificado, é fundamental construir mais e
melhor habitação social no Porto. No entanto, esta necessidade deve ser compensada
pela implementação de uma política assertiva que permita vender casas aos atuais
inquilinos municipais que, entretanto, criaram condições para se autonomizarem. Deste
modo, a CDU propõem:
 Investir na construção de nova habitação social, tendo por base pequenos
aglomerados de 30 a 40 fogos, assente em moradias unifamiliares ou blocos de
cota baixa, dando importância particular aos arruamentos, estacionamento e
espaços verdes envolventes de dimensão adequada, com predominância de
construção em terrenos municipais situados nas zonas centrais da cidade
(aproveitando, inclusive, os projectos urbanísticos já desenvolvidos e pagos pelo
Município – casos do Leal, Noeda, Eirinhas), tendo por base investimento
público (camarário, central e/ou comunitário) e/ou com o estabelecimento de
parcerias com cooperativas de habitação e agrupamentos de associações de
moradores;
 Estabelecer como prioridade projectos de urbanização para os terrenos
hoje desocupados e devolutos de bairros sociais que foram demolidos,
como S. João de Deus, Cruzes e S. Vicente de Paulo, em parceria com
cooperativas ou agentes privados que possibilitem fogos para arrendamento de
índole social ou com rendas de valor controlado, de forma a suprir aqueles que
foram destruídos desde 2002;
 Suspender de imediato a operação imobiliária do Bairro do Aleixo,
assumindo a Câmara Municipal o património de activos existentes no fundo
imobiliário, no sentido de se continuar faseadamente a demolição do Bairro, mas
com um projecto de construção simultânea de um novo bairro social no local, de
tipologia e dimensão adequada, nomeadamente ao realojamento dos agregados
familiares existentes no Bairro que assim o desejarem;
 Estabelecimento de um plano de erradicação das «ilhas» no Porto,
estabelecendo protocolos com senhorios privados e inquilinos, com
compensações para a Câmara, no sentido de demolição com nova construção
e/ou reabilitação, quando possível, dos cerca de 8.500 fogos existentes, no
sentido de obter novos fogos de habitação social, com melhores condições
habitacionais e com rendas sociais ou de valor controlado;
 Estabelecimento de protocolos com as paróquias que possuem as
denominadas «casas de património dos pobres», possibilitando o
realojamento dos seus moradores e o estabelecimento de projectos de
habitação e/ou equipamentos sociais, com cedência de direitos protocolados
com as paróquias em causa;
 Proceder à melhor solução técnica que permita requalificar o Bairro dos CTT,
recuperando-o não só no sentido de aumentar a oferta de habitação social, mas
possibilitando também a criação de um conjunto de casas de transição para
responder a necessidades de emergência social protocoladas com a segurança
social ou responder a necessidades transitórias de gestão do parque municipal,
como por exemplo a saída de casa dos inquilinos municipais por motivos de
obras.
 Proceder à venda de habitações municipais a inquilinos municipais,
implementando políticas de renda resolúvel, que permita ao fim de um número
de anos, a definir de acordo com a situação particular de cada Bairro, que com o
pagamento da renda o inquilino passe a ser proprietário da casa;
 Fazer regressar ao domínio municipal o património habitacional da
Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto, a fim de
possibilitar projectos de habitação a custos controlados no centro da cidade;
 Atribuir, rapidamente, as centenas de habitações municipais devolutas,
quer nos bairros, quer no resto da cidade, nomeadamente as denominadas
casas do património e as habitações recuperadas pelo CRUARB;
 Vender, a inquilinos municipais, habitações do património devolutas a
necessitarem de reabilitação, em condições preferenciais, com apoio
municipal ao nível do projeto e dos materiais – podendo-se aplicar, também, a
política de rendas resolúveis e impondo um período de carência para a
alienação do imóvel em causa, garantindo à CMP o direito de preferência;
2. Continuar a requalificação dos bairros municipais
O grau de negligência com que os bairros municipais foram deixados durante dezenas
de anos, acrescidos de uma requalificação insuficiente desenvolvida nos últimos dez
anos, que não teve como preocupação central a resolução das deficiências estruturais e
sociais destes bairros, assim como a existência de bairros que ainda não tiveram
acções de requalificação ou já as tiveram, mas há mais de 8 anos, fundamenta a
necessidade de continuar e reforçar o investimento na requalificação dos bairros. Neste
sentido a CDU propõe:
 Para os bairros que foram reabilitados ao longo destes últimos 10 anos, a
necessidade de corrigir, apenas, as anomalias entretanto detectadas, intervir no
interior das habitações para responder as questões de infiltrações e humidades
e estender a todos a política de encerramento das entradas, escadas e
patamares de acesso;
 Para os bairros que ainda não foram reabilitados, analisar, para aqueles que são
do tipo 2, os cenários de reabilitação/demolição-reconstrução do ponto de vista
económico e do aumento da qualidade de vida dos seus moradores, não
esquecendo a necessidade de adequar as áreas das casas e os seus
equipamentos sanitários às condições que agora se exigem em termos de
habitabilidade;
 Face às conclusões desta análise, manter uma aposta na reabilitação e/ou
demolição-reconstrução, continuando a investir cerca de 20 milhões de
euros/ano na reabilitação dos bairros municipais (10% do orçamento
municipal para mais de 20% da população, sendo que mais de 42% deste valor
é proveniente das próprias rendas municipais);
 Acompanhar a política de reabilitação do edificado com o tratamento dos
espaços envolventes ao nível dos arruamentos, passeios, espaços verdes,
estacionamento, zonas de serviço comuns e caminhos pedonais de acesso, com
um trabalho de envolvimento das populações, nomeadamente das associações
de moradores existentes, que ajude, no futuro, à preservação dos bairros e à
criação de uma vivência mais agradável para os seus moradores;
 Dar prioridade à requalificação do Bairro Rainha D. Leonor (blocos), às 144
moradias unifamiliares do Bairro S. João de Deus e ao Bloco residencial do
Bairro de S. Vicente de Paulo (18 habitações);
 Intervir junto do Governo para garantir a finalização da reabilitação do
Bairro do Lagarteiro;
3. Humanizar e tornar mais transparente a gestão do parque habitacional
A delegação de competências na DomusSocial, EEM levou a situações de
insensibilidade social e opacidade na gestão do parque habitacional, com o
estabelecimento de critérios restritos de natureza empresarial, não controlados pelos
eleitos municipais, para além de continuarem a não serem fornecidos dados sobre a
gestão do parque habitacional, várias vezes solicitados pelos eleitos da CDU, ao nível
nomeadamente dos pedidos de habitação e das condições socioeconómicas dos
inquilinos municipais. Neste sentido, a CDU propõe:
 Estabelecer um regulamento municipal com vista à definição de critérios
para atribuição de habitações municipais e defina as condições gerais que
permitam a gestão do parque habitacional, nomeadamente ao nível de
inscrições e transferências, que defina os direitos e deveres dos inquilinos
municipais, permitindo ao mesmo tempo a devida fiscalização por parte dos
eleitos municipais e permitindo o recurso por parte dos inquilinos;
 A elaboração de um relatório anual, editado electronicamente, sobre a evolução
dos pedidos de habitação e das condições socioeconómicas dos bairros
municipais;
4. Desenvolver um verdadeiro mercado de arrendamento social
O valor das rendas na cidade do Porto é um obstáculo de fundo ao acesso a uma
habitação condigna, a que acresce o aumento brutal das rendas nos bairros municipais,
não só por via de alterações do método de cálculo das rendas, mas também pelo
aumento automático das rendas nos bairros que foram alvo de requalificação. Neste
sentido, a CDU propõe:
 Defender o projecto de lei do PCP no sentido de alteração da actual lei da
renda apoiada, que tem vindo a ser utilizado não só nos municípios de maioria
CDU, mas também noutros municípios, com vista a estabelecer um cálculo mais
justo do valor das rendas sociais, que tenha em conta a realidade económica e
social existente nos bairros, nomeadamente alterando os critérios de cálculo
de renda para passarem a ter em conta o rendimento líquido (e não ilíquido
como acontece hoje), não serem considerados os subsídios de natal e férias e
que as reformas inferiores ao SMN sejam consideradas, apenas, em 50%;
 Estabelecer como regra a redução das rendas técnicas automaticamente
para os bairros municipais requalificados há mais de 8 anos, com a respectiva
descida do grupo onde se encontram qualificados;
 Apenas considerar para o cálculo do valor das rendas, as pessoas
efectivamente inscritas na respectiva habitação municipal;
 Utilizar todas as possibilidades oferecidas pelo nº 6 e nº 7 do artigo 112º do
CIMI, com o objectivo de promover o mercado de arrendamento na cidade
e possibilitar a oferta de fogos arrendados com rendas sociais e a valores
controlados, nomeadamente por via da contratualização com senhorios privados,
assim como uma penalização acrescida dos fogos devolutos/desocupados;
 Modificar o artigo G/14 do Código Regulamentar do Município do Porto com
o objectivo prever a possibilidade das isenções e reduções previstas no âmbito
do urbanismo também se aplicarem a fogos reabilitados para fins de
arrendamento, nomeadamente a jovens casais;
 Promover a utilização do programa RECRIA, com vista à reabilitação de
fogos arrendados, invertendo a política actual, onde em 2011, a
comparticipação do município neste programa teve uma redução de mais de
27%.
A CDU está preocupada também com propostas do Governo que estão a ser preparadas em
relação à habitação social. Propostas que prevêem nomeadamente a passagem de fogos de
renda social apoiada para fundos imobiliários, passando esta habitação para o mercado de
renda livre, ainda que com rendas abaixo 30% do valor de mercado. Estas propostas põem em
causa a autonomia dos municípios nesta matéria e poderão mesmo provocar despejos por via
do incumprimento de rendas.
Está também em marcha por parte do Governo uma proposta para alteração do
arrendamento de renda apoiada e um decreto-lei relativo à alienação do parque
habitacional municipal. A CDU alerta os portuenses que estas propostas do governo podem
contribuir não só para o aumento das rendas sociais, como também para a destruição da oferta
de habitação social da cidade, utilizado a alienação do parque habitacional municipal para a
cobertura de dívida e/ou despesa corrente.
A CDU continuará a lutar pela concretização das suas propostas, que considera essenciais
para a melhoria das condições de vida da população, com o compromisso de proporcionar aos
portuenses condições de habitação dignas, para que o Porto seja uma cidade viva e na qual
valha a pena viver.
Porto, 3 de Junho de 2012
A CDU – Coligação Democrática Unitária/Cidade do Porto
CDU sublinha falhanço da política de habitação e de reabilitação urbana da coligação PSD/CDS que governa a cidade há mais de dez anos
bairroO direito à habitação é um dos direitos fundamentais contemplados no artigo 65º da Constituição da República Portuguesa. No seu nº 1 afirma-se que «todos têm direito, para si epara a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar». No seu nº 2 alínea d) afirma-se o papel do Estado e das autarquias locais na «construção de habitações económicase sociais». No seu nº 3 afirma-se a necessidade de políticas com vista a «estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar».
A questão da habitação tem sido um dos eixos fundamentais da intervenção da CDU,sendo uma das suas prioridades políticas para o desenvolvimento social da cidade do Porto.

Ler mais...

  1. Mega-Agrupamento – Mega-Problemas!
  2. 3º convívio de camaradas com tarefas de fundos e difusores do Avante!
  3. Contra o encerramento da extensão do Centro de Saúde de Aver-o-Mar

Pág. 567 de 837

  • Início
  • Anterior
  • 562
  • 563
  • 564
  • 565
  • 566
  • 567
  • 568
  • 569
  • 570
  • 571
  • Seguinte
  • Fim

XIV AORP

Jornal «Avante!»

Edição N.º 2690 de 18-06-2025 Avante!
  • Primeira Página
  • Editorial
  • Opinião
  • Em Destaque
  • Em Foco
  • CDU
  • PCP
  • Trabalhadores
  • Assembleia da República
  • Nacional
  • Europa
  • Internacional
  • Argumentos
  • Memória
  • Sugestões da semana

Imagens

20111124_viacatarina3

José Saramago

saramago

José Saramago - Menu

  • escritor universal, intelectual de Abril, militante comunista
  • textos
  • obras gráficas
  • iniciativa de homenagem

logo gabinete deputados

Apontamentos da História

  • Adriano Correia de Oliveira
  • Armando Castro - Um legado que perdura
  • Avante! 84 anos
  • Centenário de Virgínia de Moura (1915-2015)
  • Óscar Lopes
  • Virgínia de Moura, 1915-2015
pcp logotipo
  • Orçamento do Estado 2018
  • Posições Políticas
    • Desporto
    • Comissão de Desenvolvimento Regional
    • Ambiente
    • Habitação e Urbanismo
    • Área Metropolitana do Porto
    • Direitos e Liberdades
    • Solidariedade Internacional
    • Agricultura
    • Festa do Avante!
    • Pobreza e exclusão social
    • PCP
    • Deficientes
    • JCP
    • Política Geral
    • Comunicação Social
    • Poder Local
    • Economia
    • Transportes e Comunicações
    • Segurança Social
    • Saúde
    • Orçamento de Estado
    • Mulheres
    • Juventude
    • Interrupção Voluntária da Gravidez
    • Educação
    • Cultura
    • 25 de Abril
    • Trabalho
    • Justiça
  • Organizações
    • Organização da Função Pública
    • Sectores Profissionais
    • SINTEL
    • Gondomar
    • Maia
    • Matosinhos
    • Porto
    • Póvoa de Varzim
    • Santo Tirso
    • Sub-região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega
    • Trofa
    • Valongo
    • Vila do Conde
    • Vila Nova de Gaia
  • Propaganda
  • Óscar Lopes
    • nas suas palavras
    • album
    • nas palavras de...
    • PCP, o seu Partido
    • Homenagem do PCP 2014
  • Imagens
  • Contactos