Transportes e Comunicações
Sem surpresas: Acordo PS e PSD sobre SCUTS
Dando sequencia ao PEC e às medidas de austeridade aprovadas na Assembleia da República, o PSD acaba de impedir a revogação das portagens nas SCUT, unindo-se ao PS e ao Governo e frustrando muitas expectativas que foi alimentando a coberto do populismo.
Em torno desta questão foi mais uma vez evidente a cumplicidade entre PS e PSD nas questões de fundo.
A viabilização de uma medida que ignora por completo a falta de alternativas às SCUT´S e o facto dos indicadores socioeconómicos dos distritos abrangidos serem piores que a média nacional, demonstra que no PS e PSD, o critério que fala mais alto é a defesa dos interesses dos grandes grupos económicos, penalizando dos trabalhadores e empresas para assim suportar as consequências da crise criada pelo grande capital.
A instauração de portagens nas SCUTS é uma injustiça que terá consequências sociais e económicas gravosas para estes distritos.
Como é do conhecimento da generalidade dos Portugueses, o distrito do Porto vive uma grave crise económica, repetindo-se diariamente notícias de encerramentos de empresas e de problemas sociais, o crescimento do desemprego e da pobreza, é um problema que assume uma dimensão preocupante.
Só no ano de 2009 o número de falências de empresas no distrito do Porto representou 26,3% do total nacional. A taxa de desemprego em Abril deste ano era 1,5% superior à média nacional e todos os 18 concelhos do distrito do Porto têm taxas de desemprego superiores à média nacional. O índice médio de poder de compra é inferior à média nacional na maioria dos concelhos. Este é o retrato da situação preocupante do distrito.
Importa ainda lembrar que o Vale do Sousa e Baixo Tâmega, servidos pela A41 e A42, constituem uma das sub-regiões mais pobres de toda a União Europeia.
Mas, mesmo não tendo em conta esta realidade, há que denunciar a hipocrisia do PS e PSD em todo este processo.
O PS faz tábua rasa do seu próprio programa de Governo, deitando por terra os critérios que definiu e que justificam a manutenção das SCUT sem portagens, desistindo de procurar corrigir as assimetrias nacionais.
O PSD defende a universalidade das portagens na Assembleia da República, mas nas Assembleias Municipais assume-se contra as mesmas (foi o caso em Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira, Maia, Porto, Valongo, etc). De igual forma alguns dos seus dirigentes do distrito (como é o caso de Luís Filipe Menezes e de Rui Rio) têm-se pautado pelo oportunismo político.
Por tudo isto a contestação às portagens não ficará por aqui, e é certo que o PCP irá continuar solidário com a luta dos utentes e a dar expressão na Assembleia da República da luta de todos aqueles que estão contra esta injustiça.
09.07.2010
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP