A situação dos transportes rodoviários na Área Metropolitana do Porto é bem reveladora do papel dos autarcas e dos órgãos metropolitanos, bem como da incapacidade política de quem os gere, continuando por resolver os problemas de fundo da mobilidade e do reforço de oferta e da qualidade de serviço, ao mesmo tempo em que prosseguem um caminho de preferência pelo negócio com privados em detrimento do operador público, a STCP.
Perante justos descontentamentos e incompreensões das populações, presidentes de Câmara que ao longo dos últimos anos preferiram o negócio com privados em detrimento da STCP, lamentam agora que exista um concurso em andamento que, segundo dizem, não permite alargar o serviço da STCP a toda a Área Metropolitana.
Importa recordar que, em Março de 2018, a DORP apresentou uma proposta precisamente nesse sentido, defendendo a consagração da STCP como operador interno da Área Metropolitana do Porto, com o progressivo alargamento da sua operação aos vários concelhos.
Em reunião com o Conselho Metropolitano, em Novembro de 2018, o PCP insistiu na proposta de consagrar a STCP como “operador interno de toda a Área Metropolitana do Porto. Uma perspectiva que consolida o papel estratégico da empresa pública e cria condições para o seu progressivo alargamento.”
Ao longo destes anos, o presidente do Conselho Metropolitano e os vários presidentes de Câmara recusaram a proposta do PCP. Ao longo de 4 anos, nas várias Assembleias Municipais e em diversas intervenções públicas sempre insistimos neste caminho… os 17 presidentes de Câmara insistiram em ir em sentido diferente, reduzindo a STCP cada vez mais à cidade do Porto e abrindo espaço para o negócio dos privados.
A vida confirma a justeza da posição que o PCP adiantou em 2018. Importa, por isso, inverter o rumo e assumir:
· A definição da STCP como operador interno de toda a Área Metropolitana do Porto, assumindo no imediato a responsabilidade pela operação nos 6 concelhos (Porto, Gaia, Gondomar, Matosinhos, Maia e Valongo) onde intervém;
· A calendarização do alargamento faseado aos restantes concelhos onde a STCP passará futuramente a assumir a operação, substituindo os privados à medida que tenha condições para assegurar o serviço com qualidade;
· Medidas de defesa e salvaguarda dos postos de trabalho das empresas privadas que fazem hoje o serviço, designadamente com a prioridade à contratação para a STCP destes motoristas (e outros trabalhadores) para responder às necessidades decorrentes do alargamento da operação.
Porto, 30 de Maio de 2022
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP