A DORP do PCP reuniu hoje com o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Urbanos do Norte para avaliar as condições de operação da STCP na região, problemas e necessidades de serviço.
A reunião decorreu num momento em que se propagandeia uma empresa onde tudo funciona e ninguém está descontente, mas a realidade relatada pelos trabalhadores é bem distinta e desmente a propaganda e, particularmente, as declarações públicas do presidente da Câmara Municipal do Porto, município maioritário desta empresa intermunicipal.
Da reunião são destacados quatro problemas principais:
· Continua a haver falta de viaturas e de motoristas, com reflexos em dezenas de serviços não cumpridos diariamente. Situação que faz com que a frequência de algumas carreiras seja, por vezes, muito maior que o anunciado. A título de exemplo, refiram-se as carreiras 302 e 403 que, por falta de motoristas, têm dias com frequências de 60 minutos, em vez dos 30 anunciados;
· Sobrecarga de trabalho sobre motoristas, que acarreta também problemas de segurança. No final do mês de Abril havia já vários trabalhadores com 200 horas de trabalho extraordinário para responder ao problema de falta de trabalhadores. Situação que leva muitos a fazerem jornadas de 7, 8, 9 ou 10 horas seguidas, sem qualquer pausa para descanso ou refeições, com sérios prejuízos para a segurança do motorista e dos passageiros. Refira-se que, para agravar a situação, não há qualquer registo (tacógrafo) do serviço dos motoristas da STCP, ao contrário do que acontece com os motoristas das restantes operadoras da região.
· Empresa apresentou proposta de aumento salarial de 50 cêntimos por dia, insuficiente face ao aumento do custo de vida. A proposta está a gerar justos descontentamentos, além de contrariar as várias afirmações públicas de que se está num processo de aproximação das condições existentes na Carris, situação que esta proposta desmente cabalmente.
· Críticas ao processo de intermunicipalização. Os trabalhadores apontam problemas presentes e futuros ao processo de intermunicipalização. Por um lado, não vêem os seus problemas resolvidos e, em vez do prometido reforço da empresa, temos uma estratégia de reduzir cada vez mais a operação da STCP à cidade do Porto. Por outro lado, manifestam preocupações com o futuro, onde o processo de intermunicipalização significará que a administração central se demitirá de investimentos futuros, que as autarquias poderão não conseguir suportar.
O PCP prosseguirá o acompanhamento e intervenção sobre a situação desta empresa estratégica, expressando a solidariedade com os trabalhadores que ao longo dos anos tudo têm feito para que a STCP cumpra o serviço público com que está comprometida.
O PCP e os seus eleitos não deixarão de intervir no plano institucional para que o governo não se demita das responsabilidades com a região e insistindo na proposta de reforço de trabalhadores e viaturas que permita um progressivo alargamento da operação da STCP a toda a Área Metropolitana do Porto.
Porto, 6 de Maio de 2022
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP