A degradação do serviço postal tem-se acentuado ao longo dos últimos anos, com o encerramento de serviços, despedimento de trabalhadores e incumprimento de prazos.
Recentemente, o governo PS promoveu uma alteração à Lei postal para beneficiar o concessionário privado (Grupo Champalimaud) a quem prolongou a concessão até 2028, reduzindo os poderes de fiscalização da ANACOM e permitindo uma maior degradação da qualidade do serviço e um agravamento ainda mais significativo de preços.
Enquanto os accionistas dos CTT acumularam mais de 227 milhões de euros, os trabalhadores sofrem com o agravamento da exploração e as populações e as empresas sofrem com o encerramento de centenas de Estações e um serviço mais lento, mais caro e menos fiável.
Perante esta situação, são evidentes e múltiplos os atrasos no serviço postal na região, situação que foi hoje analisada numa reunião da DORP do PCP com o SNTCT – Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações.
Os representantes dos trabalhadores fizeram um relato detalhado da situação ao nível das dezenas de Centros de Distribuição Postal da região Norte onde identificam a falta de mais de 200 carteiros, situação que se traduz no atraso da entrega de serviços e sucessivo incumprimento de prazos definidos.
A realidade é caracterizada por um serviço que, por via do número insuficiente de carteiros, tende a fazer entregas de correio normal em cinco ou mais dias, sendo o prazo de referência até três dias.
A não contratação urgente dos mais de 200 carteiros em falta na região norte poderá levar a situações muito mais graves com o período de férias de trabalhadores que temos pela frente e os atrasos na entrega do correio poderá atingir as duas ou três semanas.
O que a vida comprova e esta reunião destacou é que o interesse nacional se assegura com a renacionalização dos CTT como o PCP tem vindo a propor, colocando a empresa CTT ao serviço do desenvolvimento do País, assegurando um serviço postal universal e de qualidade, promovendo o equilíbrio territorial, combatendo a desertificação, desenvolvendo no plano tecnológico novos serviços, melhorando o atendimento ao público, garantindo a estabilidade e segurança do serviço postal.
O PCP denuncia esta situação e exige que o governo intervenha para a sua resolução, sem deixar de apontar a recuperação do controlo público dos CTT como indispensável à defesa de um serviço público de correios, ao serviço do povo e do País.
Porto, 3 de Maio de 2022
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP