Trabalho
Brutal aumento do desemprego jovem atinge particularmente o distrito do Porto
A nossa região está mais pobre e, em lugar da prometida convergência, o nível de vida do Povo está cada vez mais longe da média europeia, o que explica o regresso da emigração, particularmente entre a Juventude.
Aos cerca de 125 mil desempregados do distrito, acresce um quarto dos trabalhadores em situação precária, numa região onde convivem as maiores fortunas com os salários mais baixos do país, com cerca de 200 mil trabalhadores a auferirem salários abaixo dos €600.
Mas o desemprego constitui, sem qualquer dúvida, um dos maiores problemas sociais do distrito estando numa acentuada espiral de crescimento.
Os dados do desemprego por concelho relativos ao mês de Outubro de 2009, agora divulgados pelo IEFP, comprovam que continua a ser a Juventude um dos principais alvos das opções políticas do anterior e do actual governo.
O desemprego atinge já 42.943 jovens do distrito, representando um crescimento de cerca de 10.000 jovens desempregados relativamente ao mês homólogo de 2008.
Os concelhos da sub-região do Vale do Sousa são dos mais atingidos, com crescimentos do desemprego juvenil alarmantes (Lousada +78,6%, Paços de Ferreira +76% e Paredes +60,3%).
Contudo, a evolução do fenómeno do desemprego entre a população mais jovem não se resume aos concelhos do interior do distrito, tendo o Grande Porto resultados muito superiores ao crescimento médio nacional (V. N. Gaia +39,7%, Vila do Conde +49,8%, Póvoa de Varzim +41,3% e Matosinhos +37,5%).
O distrito do Porto só ultrapassa este atraso que o afasta do País e a crise social que o atinge com uma política que valorize o emprego com direitos (revogando as normas mais gravosas do Código do Trabalho e das Leis Laborais da Administração Pública); que privilegie o investimento público voltado para a valorização, qualificação e defesa da indústria e a produção nacional, para os transportes e acessibilidades, para o incremento dos serviços públicos e para o cumprimento adequado das funções sociais do Estado.
O momento actual, a realidade do distrito e as profundas dificuldades que afectam crescentemente a população jovem exigem medidas urgentes e de emergência.
A DORP do PCP reclama do governo a tomada de medidas, destacando a necessidade de implementação de um “Plano de Criação de Emprego com Direitos”, que promova a criação de emprego, o combate firme à precariedade e a elevação dos salários e do poder de compra da população do distrito do Porto.
Porto, 20 de Novembro de 2009
Gabinete de Imprensa da DORP do PCP