Veja-se o exemplo da Savinor
O agravamento da situação económica e social do país é particularmente sentido região do Porto.
As consequências da política de direita no distrito são evidentes e marcam de forma acentuada a região e o dia-a-dia da sua população, destacando-se a destruição da indústria; o desemprego de 14%, atingindo mais de 124 mil trabalhadores; os baixos salários, com 200 mil trabalhadores com salários abaixo dos 600€; o aumento da precariedade, atingindo cerca de 25% dos trabalhadores por conta de outrem; a quebra de investimento público e consequente abandono ou interrupção de projectos importantes como as plataformas logísticas; o encerramento de serviços públicos entre tantos outros exemplos.
As opções políticas dos sucessivos governos têm conduzido ao agravamento das desigualdades e das injustiças, fazendo subir drasticamente a pobreza que contrasta com a concentração de grandes fortunas.
Os sinais políticos dados por este governo não são em sentido contrário ao que tem ocorrido, antes abre uma nova linha de ataques aos direitos dos trabalhadores ao se propor, no seu Programa, a ser aliado do patronato na chantagem de retirar direitos com a ameaça do posto de trabalho, como se para criar emprego fosse preciso aumentar a exploração.
Consequência da prática política do anterior Governo, que o actual prossegue, o patronato sente o caminho aberto para aprofundar a exploração e o ataque aos direitos e à dignidade de quem trabalho.
A situação vivida na “Savinor – Sociedade Avícola do Norte, S.A.” e que a DORP do PCP aqui denuncia, é espelho do grau a que chega a arbitrariedade, a exploração, a violação de direitos e da própria dignidade de quem trabalha.
Ameaças de descontar 10€ por cada dia de trabalho em que os trabalhadores se apresentam ao serviço com a “barba por fazer”; ou ameaças de descontar no vencimento dos trabalhadores o correspondente a devoluções de fornecedores, são exemplos que, infelizmente, não são isolados e reflectem a degradação generalizada das relações de trabalho.
Acresce a estas situações o facto de, segundo denuncias de trabalhadores, estar a ser exigido aos trabalhadores que façam trabalho extraordinário (escalas suplementares) sem que lhes sejam pagas as horas de trabalho extraordinário e exigindo total disponibilidade dos trabalhadores para as desempenhar, referindo numa das circulares internas a que acedemos que “quem trabalha na Savinor tem que ter disponibilidade e ser disponível, caso contrário não anda aqui a fazer nada”.
O Grupo Parlamentar do PCP confrontará o governo com a situação e exigirá da Autoridade para as Condições de Trabalho acção em conformidade, combatendo estas e outras arbitrariedades e comportamentos desumanos.
Porto, 17 de Novembro de 2009
A DORP do PCP