Trabalho
Caravana Regional do PCP/Porto em Vila Nova de Gaia no dia 19 de Maio
Multinacionais parasitam o país e deixam um rasto de desemprego e problemas sociais no distrito
Inicia-se hoje em Vila Nova de Gaia uma acção pública do PCP, intitulada “Em defesa do trabalho com direitos, é hora de agir e lutar!”. Organizada na forma de uma Caravana, prosseguirá até ao dia 29 de Maio, tendo todos os dias uma temática diferente. A que se realiza em Vila Nova de Gaia é dedicada à deslocalização de empresas. Até final, serão percorridos os Concelhos de Matosinhos, Porto, Póvoa e Vila do Conde, Trofa e Santo Tirso, Maia e Valongo, Vale do Sousa e Baixo Tâmega, e Gondomar.
A deslocalização de multinacionais é uma realidade que afecta gravemente a região do Porto, sendo responsável pelo despedimento de cerca de 10 mil trabalhadores ao longo dos últimos 5 anos.
Gaia é dos concelhos mais afectados por estas deslocalizações, destacando-se exemplos da Yazaki (que empregou mais de 3000 trabalhadores), da Brax (450 trabalhadores) da Elefanten (700 trabalhadores), da Graniti (700 trabalhadores) e da Coats&Clarks (que empregou mais de 2000 e actualmente tem 200 trabalhadores).
Mas o flagelo atinge todo o distrito, onde grandes empregadores seguiram o mesmo caminho apesar dos lucros que acumularam (Gabor, na Trofa, 450 trabalhadores; Lear, em Valongo, 2000 trabalhadores; Valeo, em Santo Tirso, 800 trabalhadores, Irskens em Lousada, 100 trabalhadores).
As multinacionais têm recebido apoios milionários, a coberto da criação imediata de postos de trabalho mas, terminados os apoios, partem para outros países em busca de mais subsídios, deixando no distrito um rasto de desemprego que agrava os problemas sociais e económicos existentes. Este flagelo é, por isso, muito superior aos casos que têm tido visibilidade noticiosa.
O PCP tem propostas no plano legislativo (Assembleia da República e no Parlamento Europeu) que defendem medidas concretas de limitação a estas acções e de penalização das empresas que deslocalizem produção.
Contudo, o Governo Português continua a pactuar com a União Europeia e a permitir o oportunismo das multinacionais.
Como pode ser aceitável que a nossa economia continue a depender de decisões tomadas a milhares de quilómetros do país?
O PCP considera necessário e urgente que sejam tomadas medidas para que as empresas que receberam apoios comunitários para se instalarem em Portugal, sejam responsabilizadas pelos danos causados aos trabalhadores e suas famílias.
O que está a acontecer vem agravar ainda mais a queda acentuada do tecido produtivo numa região com taxa de desemprego muito superior à média nacional.
São necessárias medidas concretas e de emergência, tal como o Grupo Parlamentar do PCP propôs no Projecto de Resolução que entregou recentemente e visa a criação de um Plano Social de Emergência para o distrito do Porto que integra um Programa de Criação de Emprego que assuma o combate ao trabalho precário, promova o trabalho qualificado e com direitos e em que o aumento dos salários e elevação do poder de compra seja um pilar essencial da superação da situação económica e social do distrito.
Aos trabalhadores, a DORP do PCP apela a que manifestem a sua justa indignação e a sua resistência na defesa dos seus interesses presentes e futuros, dos seus filhos e da economia nacional, na construção de uma nova política que garanta um outro rumo, uma política que valorize e defenda quem trabalha e garanta o desenvolvimento do País, uma política necessária e possível tal como o demonstram as inúmeras propostas do PCP.
A DORP do PCP