Trabalho
Apresentação da caravana regional Em defesa do trabalho com direitos"
Derrotar a politica de direita reforçando o PCP”
O distrito do Porto encontra-se mergulhado numa crise económica e social que tem originado graves consequências na vida de centenas de milhares de trabalhadores.
Fruto das políticas de desinvestimento dos sucessivos governos do PS e do PSD/CDS no distrito adiam-se investimentos, não se superam atrasos e perde-se competitividade.
Os dados oficiais são cruelmente esclarecedores:
O salário médio no distrito do Porto é 43 euros inferior ao salário médio nacional, havendo centenas de milhares de trabalhadores a receber apenas o Salário Mínimo Nacional.
A taxa de desemprego na região Norte situa-se nos 9,4%, bem acima da média nacional que se situa nos 8%. Acresce ainda o facto de 70% dos desempregados terem qualificações inferiores ao 9º ano de escolaridade e 50% dos desempregados não têm acesso ao subsidio de desemprego.
Entre 2000 e 2007 o desemprego na região norte aumentou mais de 144%, existindo hoje já cerca de 186 mil desempregados no norte do país, dos quais 100 mil estão concentrados no distrito do Porto.
O distrito do Porto é o segundo distrito do país com mais reformados aos quais não é assegurado o devido apoio social. Esta camada da população vive com profundas dificuldades em virtude das pensões de miséria que recebem. Há mais de meio milhão de reformados com uma mísera pensão de €236,27.
É cada vez mais difícil suportar o aumento do custo de vida. Os transportes, o pão, o leite, os combustíveis, a luz, a água e muitos outros bens tiveram este ano aumentos muito superiores aos dos salários.
Com estas políticas abriu-se caminho à deslocalização de multinacionais, que parasitam o país e depois desaparecem agravando a situação social existente no distrito.
A precariedade cresceu brutalmente e o governo quer legitimar e legalizar as situações existentes. Uma das empresas que mais apoios recebe deste governo no nosso distrito, a QUIMONDA, tem 80% dos trabalhadores em situação precária.
O salário está cada vez mais “curto” e são sempre os mesmos a fazer sacrifícios para pagar a crise. Enquanto aos trabalhadores são impostos sacrifícios, os grandes grupos económicos lucram milhões todos os anos. As fortunas dos 100 mais ricos do país aumentaram 35,8% em apenas um ano. Empresas do distrito continuam a somar milhões de lucros e a pagar pouco mais que o salário mínimo aos trabalhadores (Sonae, Soares da Costa, Mota-Engil).
Tal como a maioria do povo português, também o PCP diz que é preciso dizer BASTA de injustiças e exigir justiça na distribuição da riqueza!
Dizer basta de injustiças e de exploração é possível! Assim como é possível praticar outra política que sirva o país e o povo, que governe para a maioria e não para meia dúzia de grupos económicos.
Só com o reforço do PCP é possível outra politica e novo rumo para o distrito e para o país. Só com um PCP mais forte é possível uma verdadeira alternativa que assuma a ruptura democrática com estas políticas.
Por isso, o PCP promove uma caravana regional de contacto com a população do distrito do Porto durante as duas últimas semanas de Maio, percorrendo os 18 concelhos dos distrito, contactando com os trabalhadores, divulgando as suas propostas e afirmando o seu projecto alternativo.
Nesta campanha promovida pela Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, dar-se-á prioridade ao contacto com os trabalhadores, havendo um documento específico cujo conteúdo assenta em três vectores essenciais:
Caracterização da situação económica e social do distrito e dos responsáveis pelas políticas que conduziram a esta situação;
Divulgação das propostas do PCP para o distrito e para o país,
Afirmação do PCP como partido indispensável à mudança de políticas.
O PCP rejeita fatalismos, rejeita o discurso das inevitabilidades e afirma-se contrário às políticas de direita que PS e PSD, com ou sem CDS, vêm praticando há trinta anos. Com a combatividade de 87 anos de história e de luta, esta jornada regional consistirá num importante espaço da afirmação da vitalidade do nosso projecto político e representará certamente um momento de reforço do PCP no distrito.
Porto, 16 de Maio de 2008
A DORP do PCP