Economia
Indústria do Mobiliário em Crise
Governo PS em demagogia crescente
A indústria do mobiliário, com grande influência no tecido empresarial do distrito, particularmente em alguns dos seus Concelhos, vive uma crise que se acentua há medida que o tempo passa.
Trata-se de uma crise de há muitos anos, que a crise internacional não provocou, mas agravou.
As políticas económicas adoptadas, assim como a estrutura do seu tecido empresarial, levaram, a que só nos anos de 2004 a 2006, o número de empresas das “indústrias da madeira, da cortiça e suas obras”, designação do INE, tivessem tido nos concelhos de Paços de Ferreira e Paredes, onde é maior a incidência das primeiras, uma redução de 21% quando a nível do país a redução foi de 13%. E ninguém admitirá que esse declínio não tenha continuado, mesmo agravado, nos anos seguintes.
Esta evolução não pode deixar de ter consequências sociais muito graves, particularmente no que respeita ao desemprego.
Com efeito, considerando os últimos dados do IEFP, constata-se, assim, que nos concelhos de Paços de Ferreira e Paredes o desemprego tenha atingido, no mês de Abril, os valores de 11% e 12%, respectivamente, superior à média nacional. E a preocupação aumenta quando, comparando com os valores do mês de Abril do ano passado, verificamos que os aumentos foram de 56%, quanto a Paredes, em que no País foi de 27%.
Trata-se de uma evolução negativa que deveria merecer respostas imediatas que deveria merecer respostas imediatas do governo em termos sociais. Mas o governo, cego pela sua auto-suficiência e pela visão cor-de-rosa do País, não toma as medidas que há muito se mostram necessárias.
A realidade que se vive, com crescente maior dramatismo, não está dissociado da discriminação negativa que o distrito do Porto, e em escala mais acentuada, o seu interior, de que fazem parte os concelhos onde a indústria do mobiliário é predominante, está a sofrer em termos de investimento público.
Perante tudo isto, o Governo responde com anúncios de medidas, sempre rodeados de pompa e circunstâncias, suas em que o objectivo é a propaganda, sem qualquer intenção de concretizar o que é prometido.
Mas quantas vezes os portugueses já foram confrontados com decisões do governo contrários às promessas da campanha eleitoral.
Por isso, não é de estranhar os protestos dos empresários das indústrias da madeira e do mobiliário que se sentem enganados pelas promessas do ministro da economia e da inovação que em 6 do mês passado anunciou um Plano de Apoio ao Sector das Indústrias da Madeira e do Mobiliário e que, ao fim deste tempo, ainda não foi posto em prática não obstante haver o interesse de muitas empresas.
Trata-se de governo no melhor do seu funcionamento. Acima de tudo prometer, fazer a maior propaganda possível, pondo a sua máquina em andamento, porque prestar contas sobre o que se faz é música que não entra nos seus ouvidos.
A DORP do PCP, considerando a grave situação económica e social que o distrito vive, com maior incidência nos concelhos do interior, reclama o fim da discriminação negativa, em termos de investimento público, que há muitos anos se vem verificando.
Reclamando, ainda, que, face ao acentuar dos problemas sociais, seja adoptado um Plano de Emergência que lhes dê a resposta possível e necessária.
Reclama, também, que as promessas assumidas pelo Governo se transformem em compromissos e sejam concretizados no imediato, independentemente de qualquer calendário já que estes apenas devem ser estabelecidos pelas necessidades que a vida mostra existirem.
Queremos um governo que considere prioritário a dinamização do tecido produtivo, o combate ao desemprego, o País na rota do desenvolvimento da justiça social, e não um governo cada vez mais causa da crise económica e social que vivemos que considera a propaganda como um instrumento da sua razão de viver.
Porque, sim é possível uma vida melhor.
Porto, 9 de Junho de 2009.
o GI/DORP/PCP