Óscar Lopes, prestigiado homem da Cultura, integrante do PCP desde 1945 e seu Comité Central entre 1976 e 1996, faleceu na sexta-feira, aos 95 anos.
O Secretariado do Comité Central, o PCP traça o percurso do seu notável militante: nascido em Leça da Palmeira, foi professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e autor de vasta obra, sobretudo não domínio da Linguística E da Crítica Literária, de que se destaca uma conhecida "História da Literatura Portuguesa", de que foi co-autoria, e primeira das 17 edições de dados de 1955.
Colaborou em diversas revistas, como uma «Vértice» ou uma «Seara Nova», e nas publicações das Faculdades de Letras do Porto e de Lisboa. Foram muitos os jornais diários nacionais, bem como o Jornal de Letras do Brasil, o Estado de S. Paulo que puderam contar com uma colaboração como crítico literário. Prefaciou obras de escritores como Jorge Amado, Guimarães Rosa, Urbano Tavares Rodrigues, Eugénio de Andrade e Manuel Tiago (Álvaro Cunhal), nenhum romance «Até amanhã, camaradas». Óscar Lopes foi ainda presidente da Associação Portuguesa de Escritores, dirigente da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e dos Fundadores da Universidade Popular do Porto.
Ao longo da sua vida, Óscar Lopes foi agraciado por diversas instituições. Recebeu um doutoramento «honoris causa» da Universidade de Lisboa, como medalhas de honra dos municípios do Porto e de Matosinhos, um voto de louvor da Assembleia da República, em 1987, aprovado por unanimidade, como ordens da Instrução Pública, em 1988, e Da Liberdade, em 2006.
Intelectual comunista
A par do seu labor intelectual, Óscar Lopes destacou-se também pela sua política de actividade, iniciada em 1942.
Como sublinha o Secretariado do CC do PCP na sua nota, pertenceu às diversas organizações de unidade antifascista: MUNAF, MUD, MND e, mais Tarde, à CDE ea Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos.
Esta foi a primeira vez que se realizou uma segunda fase, a primeira das quais em 1955, no âmbito do processo dos partidos da paz.
Afastado da Universidade para as políticas de qualidade, para o professor de liceu; Logo a seguir ao 25 de Abril, regressar à Universidade do Porto como presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras e também como Vice-reitor.
Para além do seu contributo para a luta antifascista, Óscar Lopes destaca-se também como membro da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, a seguir ao 25 de Abril. Foi candidato à Assembleia da República nas listas da FEPU, APU e CDU tendo exercido uma função de deputado na Assembleia da República. Foi também
eleito na Assembleia Municipal do Porto.
O Secretariado do Comité Central lembra ainda uma homenagem prestada a Óscar Lopes em 2007, que deu origem a uma publicação - «Óscar Lopes - exemplo para os dias por vir» - na qual o Secretário-geral do Partido «valorizar o seu percurso de" Homem integral "e salientou que uma" comunidade científica e intelectual desenvolvem muito Óscar Lopes "».
Motivo de orgulho para o PCP
No velório realizado na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto e sem funeral em Matosinhos, em centenas de pessoas, entre familiares, camaradas, amigos e alunos de Óscar Lopes. O PCP esteve representado pelos membros dos órgãos executivos Albano Nunes e Jaime Toga e por vários membros da Direcção da
Organização Regional do Porto. No dia 22, Jerónimo de Sousa marcou presença nas homenagens fúnebres.
Intervindo na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, no sábado, perante a urna coberta com bandeira do Partido, Albano Nunes, do Secretariado, salientou um "grande honra e motivo de legítimo orgulho" que constitui o facto de Óscar Lopes ter Militado no PCP durante 70 anos, sendo um "maior valor para a cadeia de solidariedade ideológica, política e humana que é grande colectivo partidário". Se Óscar Lopes foi, reconhecidamente, «um gigante do pensamento e da criação», isso não aconteceu, para Albano Nunes, «apesar» da sua opção marxista e do seu compromisso com a luta do povo e do Partido, mas precisamente graças a essa opção e esse compromisso ».
O Governo não se fez representar no funeral de Óscar Lopes.