"…não se compreende a ausência de um certo número de garantias sociais… Acho que são coisas cuja exigência irá até aumentar. É nesse sentido que eu sou marxista. Não tenho uma concepção dogmática, fechada, muito definida doutinariamente, mas simplesmente um sentido humano de solidariedade que me leva a verificar que a luta de classes é uma realidade, e a estar sempre com aqueles que estão na mó de baixo.
E estarei sempre. Dentro do meu povo e nas instalações do meu povo e nas relações do meu povo com outros povos. Mas isto deu-se em muitas outras pessoas. Não foi só em mim. Foi nos adolescentes dos anos 30. Há explicações gerais para isso. Uma delas foi a Revolução Soviética de 1917, de Lenine, que nos anos 30 aparecia como uma revolução que tinha pelo menos conseguido constituir uma sociedade viável e, sem dúvida, em muitos aspectos, foi uma sociedade viável e, do ponto de vista económico, com rápido crescimento nos anos 30.”
Santos, José da Cruz (coord); Óscar Lopes - Um homem maior do que o seu tempo; 2007, Edição Câmara Municipal de Matosinhos (pág. 42)