Recorde-se que, bem recentemente, um grupo de trabalhadores alvo de despedimento colectivo por parte da “Qimonda” se manifestou junto à Câmara Municipal, tendo inclusive sido recebidos pelo seu presidente, exigindo a intervenção da mesma junto da empresa e dos órgãos do poder central, com o objectivo de contrariar um despedimento arbitrário, que afecta mais de 100 trabalhadores (66 efectivos) e que mais não constitui que um”castigo” pela não aceitação da imposição de uma jornada de trabalho de 12horas. Mário Almeida, que prometeu interceder junto da empresa e do Ministério do Trabalhador e Solidariedade Social, não se mostrou, no entanto, esperançado numa solução a contento de ambas as partes...
O ocorrido na “Qimonda” foi também, na passada Quarta-feira objecto de discussão na Assembleia da República, integrando a interpelação ao governo, levada a efeito pelo Grupo Parlamentar do PCP. Sem que, no entanto, tivesse merecido resposta cabal por parte do primeiro-ministro...
Ainda que o concelho de Vila do Conde detenha uma das mais elevadas taxas de desemprego do Grande Porto, nada pode justificar o funcionamento de uma empresa privada de recursos humanos – que promove o trabalho precário! - em espaço municipal. Muito menos, ainda, quando tal se destina a beneficiar uma multinacional que promove despedimentos colectivos, porque os trabalhadores não aceitam cumprir um horário de trabalho desumano que chega a atingir as 60horas semanais.
A cobertura dada a tal enormidade pela Câmara Municipal de Vila do Conde, manifestamente ilegal, é passível de nos fazer interrogar sobre o tipo de relações que a maioria PS mantém com o grande patronato, que assumem aspectos de autêntica promiscuidade, carecendo de imediato esclarecimento por parte dos organismos competentes.
Vila do Conde, 25 de Maio de 2007
A Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP