Vimos agora dar conhecimento de 3 situação particularmente gravosas para o concelho e com implicações directas na saúde dos amarantinos e demais população da região do Baixo Tâmega.
1)O Governo não cumpriu o protocolo assinado pela Câmara Municipal de Amarante e Administração Regional de Saúde do Norte.
Tal como alertamos em nota de imprensa de 11/04/2007, a Câmara Municipal ao assinar o protocolo com a ARS que levou ao encerramento das urgências médico-cirúrgicas, trocou algo que era certo por algo incerto. O resultado está à vista:
O Hospital de São Gonçalo ainda não recebeu a ambulância SIV (suporte imediato de vida), protocolada para 1 de Outubro de 2007.
Qualquer consequência da falta da ambulância SIV para os doentes, será da responsabilidade do Governo, da ARS e também da Câmara Municipal!
2)A “reorganização” do SNS na região, que levou à criação do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em nada beneficiou os utentes, antes pelo contrário, é visível a desorganização, o desperdício de recursos e a perda de qualidade do serviço.
Neste sentido, foi apresentado um requerimento na Assembleia da República pelo deputado do PCP Jorge Machado, eleito pelo distrito do Porto, alertando o Governo para os problemas sérios no que concerne à reorganização do trabalho resultante da fusão de serviços, e para o desperdício causado pela retenção indevida de equipamentos modernos da extinta Maternidade, que deveriam ter sido transferidos para o Hospital Padre Américo.
3)Enquadrada nesta política de exterminação do SNS em Amarante, paira a ameaça de encerramento da Extensão de Saúde de Figueiró, o que nos levou a solicitar à ARS que nos confirme se há, ou não, intenção de encerrar aquela unidade de saúde, e a distribuir um comunicado informativo à população. A ser verdade, este encerramento tratar-se-ia de mais uma grande injustiça! Em vez de melhorar as condições dos centros de saúde, o Governo encerra os serviços de proximidade, ignorando o facto da maioria dos utentes serem idosos e de não existirem suficientes transportes públicos.
Muito mais haveria para dizer sobre a situação da saúde no concelho.
O PCP irá pronunciar-se novamente a curto prazo, para identificar os “cancros” que, alimentados pelas políticas de saúde praticadas por este Governo, lenta e inexoravelmente vão destruindo o SNS na região, sempre com o intuito de entregar aos grandes grupos económicos, os meios necessários para que possam fazer um negócio ainda mais lucrativo com a saúde dos portugueses.
Em anexo: 2 documentos (1 comunicado distribuído na zona de Figueiró, 1 requerimento apresentado na Assembleia da República).
Amarante, 5 de Novembro de 2007
A Comissão Concelhia de Amarante do PCP
ANEXO 1:
Pergunta
11-10-2007
Assunto: Saúde materno infantil em Amarante
Apresentado por: Deputado Jorge Machado (PCP)
Exmo. SenhorPresidente da Assembleia da República,
Em finais de 2006, o Ministério da Saúde decidiu encerrar a Maternidade do Hospital São Gonçalo sito em Amarante.
Esta decisão, que mereceu a nossa contestação, ocorreu depois de esta maternidade ter sido alvo de obras de remodelação que terão custado ao Estado cerca de 800 mil euros.
Na sequência do seu encerramento, os meios humanos e materiais existentes deveriam ter sido transferidos para o Hospital Padre Américo, e ficariam a funcionar no âmbito do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa EPE que seria criado posteriormente.
O referido Centro Hospitalar foi recentemente criado através do Decreto-Lei n.º 326/2007, de 28 de Setembro, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 188 de 28 de Setembro de 2007.
Sucede que chegou ao nosso conhecimento que certos equipamentos “modernos”, que deveriam ter sido transferidos para o Hospital Padre Américo não o foram, sem que se conheça o motivo para que tal aconteça. Este facto consta inclusivamente num documento disponível na Internet. (http://www.arsnorte.min-saude.pt/downloads/Relatorio_UCF_NORTE_2006_PA_2007.pdf) Assim conseguimos apurar que: um aparelho de fototerapia e um reanimador neonatal estão no serviço de Pediatria de Amarante, sem estarem a ser utilizados.
Acontece que todo este processo de criação do Centro Hospitalar está a criar uma grande insatisfação junto do pessoal médico, dado que ninguém sabe ao certo como é que ele irá funcionar.
Não obstante ter decorrido todo este tempo, subsistem problemas sérios no que concerne à reorganização do trabalho resultante da fusão de serviços. No serviço de Pediatria Geral do Hospital Padre Américo passou a haver um maior afluxo de utentes sem que tenha havido qualquer transferência de médicos do Hospital São Gonçalo, o que obriga os profissionais a fazerem muitas horas extraordinárias.
Há inclusivamente médicos que estão a trabalhar simultaneamente nos dois Hospitais.
Este facto implica que os utentes sintam, já no plano imediato, as consequências das más opções políticas deste Ministério.
Assim ao abrigo da alínea d) do artigo 156º da Constituição e nos termos do artigo 229º do Regimento da Assembleia da República, pergunto ao Ministério da Saúde o seguinte:
1.º Como explica este Ministério, o desperdício, a não utilização dos acima referidos equipamentos?
2.º Prevê o Ministério alguma reorganização dos recursos humanos que tenha em conta a nova realidade criada e permita uma adequação dos recursos a procura que existe?
O Deputado
Jorge Machado
ANEXO 2:
Centro de Saúde de Figueiró
As políticas de saúde praticadas por este Governo deixam bem claro que a sua intenção é acabar com o Serviço Nacional de Saúde e entregar aos grandes grupos económicos, os meios para que possam fazer um negócio ainda mais lucrativo com a saúde dos portugueses.
Como não podia deixar de ser, o concelho de Amarante e a extensão de saúde de Figueiró não escapam a esta vontade de destruir o Serviço Nacional de Saúde.
Primeiro perdemos a Maternidade no Hospital São Gonçalo, depois acabaram com as urgências medico-cirúrgicas abertas 24 horas, passando estas a fechar às 22 horas, agora tudo indica que com a entrada em funcionamento do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, o provável é que o horário seja novamente reduzido para apenas 12 horas diárias (das 8 às 20 horas).
Este processo a que o Ministério da Saúde apelida de “reorganização”, que a Câmara de Amarante vergonhosamente tem apoiado, é na pratica uma exterminação do Serviço Nacional de Saúde, completamente insensível aos prejuízos criados às populações.
Informações que, infelizmente, não podemos confirmar, indicam-nos que a extensão de saúde de Figueiró irá ser encerrada.
A ser verdade, trata-se de uma grande injustiça! Em vez de melhorar as condições dos centros de saúde, o Governo encerra os serviços de proximidade, ignorando o facto da maioria dos utentes serem idosos e de não existirem suficientes transportes públicos para Amarante.
Por isso enviamos à Administração Regional de Saúde do Norte um ofício pedindo que nos confirme se há, ou não, intenção de encerrar a extensão de saúde de Figueiró, e logo que tenhamos resposta informaremos a população.
O PCP é contra esse possível encerramento e defende a manutenção em funcionamento desta extensão, salientando que ela serve as freguesias de Figueiró (Santiago), Figueiró (Santa Cristina), Mancelos e Freixo de Cima.
Tomaremos todas as medidas que estiverem ao nosso alcance para que este serviço se mantenha em funcionamento, e apelamos à população destas freguesias que, desde já, mostre o seu descontentamento com a situação da saúde em Amarante.