Estamos aqui hoje, em primeiro lugar, para celebrar Abril.
Somos, os que aqui estamos, de gerações muito diferentes. Uns conheceram bem o que foi o fascismo de Salazar e Marcello Caetano, o fascismo dos grupos económicos, dos monopólios, das famílias Espírito Santo, Mello, Champalimaud, Pinto de Magalhães e outras, e dos grandes senhores da terra, todos esses cujos interesses a ditadura representou e defendeu. (E, já agora, notem como várias dessas famílias e os seus “dignos” sucessores continuam a encontrar, hoje, terreno fértil para a negociata, para impor a sua lógica sem freio que é a da exploração e do lucro.)