Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, esteve ontem no Porto em contacto com trabalhadores das plataformas digitais que asseguram a entrega de refeições.
Para lá da realização de uma audição, percorreu vários locais de recolha de refeições onde falou com muitas dezenas de trabalhadores e ouviu as suas reivindicações quanto às condições de trabalho, as longas jornadas de 12 ou 15 horas diárias, a falta de contrato de trabalho e de protecção social, os sucessivos atropelos aos direitos e o aproveitamento que empresas e intermediários fazem da fragilidade decorrente da precariedade dos “estafetas”.
Num momento em que no plano do Parlamento Europeu estão em discussão matérias relacionadas com os trabalhadores deste sector, esta jornada de contacto reforça a convicção do PCP quanto à necessidade de intervir em defesa dos direitos e salários destes trabalhadores, da possibilidade de terem um contrato de trabalho, de combate aos esquemas de aproveitamento por parte dos intermediários e de forçar as empresas ao cumprimento das suas responsabilidades laborais e sociais.
No momento em que são públicos lucros de 486 milhões de euros do banco público, a administração da CGD, com a passividade cúmplice do governo, prepara o encerramento de mais 23 balcões em Portugal continental, num processo que não é novo e levou já ao encerramento de mais de 300 Agências e redução de 3300 trabalhadores nos últimos 10 anos, contribuindo para as dificuldades de resposta de muitos balcões, mas também para a transferência para a banca privada de clientes e negócios.
Entre as agências que se prevê encerrar, estão 4 da região do Porto: Gueifães (na cidade da Maia) e Amial, São João e Lordelo do Ouro (na cidade do Porto). A confirmar-se esta intenção, só na cidade do Porto, representa uma diminuição de 37 para 18 agências em 10 anos.
O PCP promoveu um contacto com os trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos no Porto que contou com a presença de Diana Ferreira deputada à Assembleia da República.
Conforme o PCP tem denunciado, os volumosos lucros apresentados pelos maiores bancos são inseparáveis dos despedimentos, da grande pressão exercida sobre os trabalhadores, das milhares de horas extra não pagas, do aumento do comissionamento e do encerramento de
agências.
Só nos últimos 10 anos estima-se uma diminuição de mais de 16 mil trabalhadores na banca e o encerramento de mais de 2500 agências bancárias!
O PCP, ao mesmo tempo que se bate pela melhoria dos salários e das condições de trabalho na banca, aponta o caminho da recuperação do controlo público deste sector colocando-o ao serviço do desenvolvimento do País, em vez de ser um sorvedouro dos recursos nacionais.