A DORP do PCP promoveu ao longo desta semana um conjunto de contactos, audições e reuniões com entidades e profissionais para avaliar a capacidade de resposta aos problemas oncológicos na região.
Contacto com a participação de João Pimenta Lopes, deputado no Parlamento Europeu, Diana Ferreira, deputada na Assembleia da República, e dirigentes do Partido, promoveram-se auscultações a profissionais e realizaram-se reuniões com as direcções de um conjunto de instituições, ligadas à investigação, tratamento e acompanhamento da doença com o intuito de melhor conhecer o seu trabalho, capacidade de resposta às necessidades e consequências da epidemia nessa resposta.
O i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, laboratório associado e unidade de investigação reconhecida pela FCT, pela garantia de qualidade e capacidade de resposta, em condições muito adversas, espelha a realidade de um sistema científico nacional sem enquadramento estratégico - assente num financiamento essencialmente competitivo, a partir da FCT (25%), prestações de serviços e, sobretudo, projectos de curto a médio prazo. Precariedade institucional com expressão laboral nos cerca de 90% de trabalhadores sem contrato efectivo.
Na reunião com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto foi possível aferir consequências da pandemia na capacidade de resposta daquela instituição, afirmando-se 2022 como o ano da recuperação dos rastreios oncológicos para níveis normais, realidade que coexiste com a irrecuperabilidade de situações em fases já avançadas da doença, por falta de rastreio aquando do pico pandémico. Também aqui o subfinanciamento é elemento incontornável, com expressões que vão desde dispensa de medicamentos em ambulatório até à factura energética, passando inevitavelmente pela urgente regularização dos vínculos de cerca de 200 profissionais. Nota ainda para oportunidade perdida com um PRR que se esgota na “transição digital da saúde”, longe de corresponder a necessidades efectivas de aquisição e manutenção de equipamentos de diagnóstico e tratamento.
No encontro com a delegação do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro, e na visita às suas instalações, foi possível conhecer o trabalho da instituição e projectos em concreto que estão a desenvolver.
No conjunto de contactos e reuniões foram reafirmadas propostas do PCP para uma luta contra o cancro baseada numa política de saúde pública integrada, que aborde os factores de risco, apoie a investigação pública de novos tratamentos e paliativos, ao mesmo tempo que garante a sua produção e distribuição, garanta uma resposta hospitalar e de cuidados pública, gratuita e universal, propiciando tratamentos de ponta e qualidade de vida aos doentes em todas as fases da doença e que responda de forma integrada a cada doente.
Porto, 14 de Abril de 2022
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP