Face ao conjunto de notícias que têm surgido, designadamente a partir de posicionamentos de autarcas da região, a DORP do PCP não pode deixar de reafirmar posicionamentos e alertar para a acção concertada entre autarcas do PS do grande Porto para reclamarem medidas que, caso fossem assumidas, agravariam os problemas económicos e sociais que as famílias e muitas PME hoje já enfrentam, sem contribuírem para o combate ao surto.
O que estamos a assistir é uma competição entre autarcas para ver quem vai mais longe nas restrições, no alarmismo e na propagação do medo. Um problema já verificado há uns meses quando os presidentes de Câmara se atropelaram a alugar hotéis e montar hospitais de campanha em todo o lado que, por terem sido feitos sem qualquer articulação com entidades sanitárias nem ajustamento com a realidade, depois se comprovaram ser desnecessários.
De forma concertada, estes autarcas alarmam, falam de preocupações e do aumento de casos, reclamam restrições e limitações, mas não fazem nenhuma crítica ao que não foi feito e devia ter sido feito.
Na prática querem esconder e branquear a falta de respostas do governo para o reforço do SNS, em particular dos hospitais do distrito. É verdade que há um problema de capacidade de acolhimento de doentes nos hospitais e faltam profissionais, mas esta realidade está identificada há tempo suficiente para que fossem tomadas medidas.
Dizem que as escolas são foco de infecção, mas escondem as suas próprias responsabilidades na falta de auxiliares suficientes para garantir as condições de higienização e limpeza necessários.
Dizem-se preocupados com o contágio em contexto social, mas escondem as suas responsabilidades, enquanto autoridade de transportes, na sobrelotação dos transportes públicos na Área Metropolitana do Porto.
O que os autarcas não disseram e é efectivamente preciso é o reforço das camas hospitalares, das equipas de cuidados intensivos e a resposta na área da Saúde Pública onde faltam centenas de profissionais, designadamente médicos, enfermeiros e outros técnicos. Medidas propostas pelo PCP no “Plano Nacional de Emergência para o Serviço Nacional de Saúde” que entregou na Assembleia da República e que, diga-se, foram chumbadas pelo PS, PSD e CDS!
O caminho que se impõe para a região e para o país é o do reforçar o SNS, de assegurar a protecção individual e fazer a pedagogia da protecção; de dinamizar as actividades económicas, sociais, culturais, desportivas; de exercer os direitos políticos e sociais e combater o medo e os seus propagandistas.