Em Março, confrontado com o início do surto epidémico, situação para a qual não estava preparado, o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais deram uma excelente resposta garantindo o acompanhamento necessário a todos aqueles que testaram positivo ao novo coronavírus.
Não fosse o SNS e a situação teria sido muito grave!
É importante que o Serviço Nacional de Saúde assegure a capacidade de resposta no tratamento dos doentes com COVID-19, tal como é importante que recupere a prestação de cuidados de saúde que ficaram por realizar e garanta o acesso à saúde aos doentes com outras patologias.
Para assegurar o combate à COVID-19, recuperar atrasos e garantir o acesso aos cuidados de saúde a todos os portugueses, é preciso dotar o SNS, os hospitais e os centros de saúde dos meios necessários (financeiros, humanos, técnicos e materiais) para recuperar as consultas, as cirurgias, os tratamentos e os exames em atraso.
A resposta à evolução da epidemia no país e na região não pode ser feita de forma desarticulada, com as autarquias a substituírem-se ao governo e a multiplicarem respostas que nem sempre correspondem às reais necessidades.
Atendendo à realidade e à previsível evolução da situação, a DORP do PCP considera que é urgente uma intervenção, articulada entre Ministério da Saúde, ARS, Hospitais e Centros de Saúde da região que assegure:
·Recuperação de atrasos nos cuidados primários de saúde, com a reabertura total dos centros de saúde, em condições de segurança, o reforço de profissionais e um plano de recuperação de consultas, exames e cirurgias atrasadas;
·Reforço da capacidade de internamento de idosos nos Hospitais da região;
·Criação de dois hospitais de retaguarda para Covid-19 positivos (Hospitais de campanha), um no Grande Porto e outro no Vale do Sousa, devidamente articulado com os Hospitais da região, num processo no qual a ARS e o Ministério da Saúde têm que assumir responsabilidades.
Porto, 14 de Outubro de 2020
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP