Junta Metropolitana do Porto de cócoras perante a sede centralizadora do Governo!

O projecto do Metro encontra-se quase completamente bloqueado pelo governo há quase dois anos por sua decisão de não avançar com qualquer obra, limitando-se a concluir o que estava em curso.

O Acordo que será hoje assinado entre a Junta Metropolitana do Porto (JMP) e o Governo para o Metro do Porto, segundo as notícias vindas a público, confirma as preocupações anteriormente manifestadas pela DORP do PCP com a JMP a ceder às intenções de um governo que apregoa a descentralização mas impõe a centralização da gestão de um projecto metropolitano, que lhe permite gerir as obras com base em eventuais critérios eleitoralistas e consoante os seus interesses.

Este arranjo do Bloco Central de interesses na JMP (PSD/PS), que entrega a maioria da Comissão Executiva da Metro do Porto ao Governo, é profundamente lesivo para a região e retira um importante centro de decisão da Área Metropolitana do Porto, aumentando ainda mais a sua perda de influência.

Sobre as indemnizações compensatórias, fundamentais para a viabilização de um projecto de serviço público como aquele que defendemos para o Metro do Porto, pelo que se conhece nada consta do Acordo.
Desde sempre exigimos da parte do Governo uma outra postura na atribuição das indemnizações compensatórias porque se impõe que as verbas a transferir pelo Governo sejam ajustadas à realidade do serviço público prestado e à da Grande Área Metropolitana do Porto. Recorde-se que a realidade actual penaliza, em termos relativos, a população desta região que, segundo dados do INE, tem menor poder de compra e maior taxa de desemprego.

Quanto aos projectos em torno dos quais alegadamente se chegou a acordo, a DORP do PCP critica o facto de continuar adiada a segunda linha de Gondomar, que iria abranger a zona urbana daquele concelho que hoje é pior servida por transportes públicos, nomeadamente a freguesia de Valbom. Mesmo a construção da linha de Metro até à Venda Nova, em Rio Tinto, acrescenta muito pouco ao que serve actualmente a linha de Comboio.
Igualmente adiada, a julgar pela ausência de referências nas notícias vindas a público, fica a segunda linha de Gaia o que levará a mais um atraso na resolução dos graves problemas de mobilidade na Área Metropolitana do Porto, principalmente no que diz respeito aos movimentos pendulares entre os concelhos de Gaia e do Porto.

Por fim, o que foi apresentado como avanço pelo presidente da JMP, o acordo sobre a linha da Trofa, não passa de um flop. Na verdade, o acordo que hoje será assinado não garante que a duplicação da linha entre o ISMAI e a Trofa avance, podendo colocar em causa a própria rentabilidade deste troço.

Porto, 21 de Maio de 2007
A DORP do PCP