O Grupo Efacec reúne os meios de produção, tecnologias e competências técnicas para o desenvolvimento das suas atividades que abarcam os domínios das soluções de Energia, Engenharia, Ambiente, Transportes, Automação e Mobilidade Elétrica, com uma rede de filiais e agentes em vários países. Por exemplo, no RU, França, Espanha, Dinamarca, República Checa, EUA, Colômbia, Brasil, Argentina, Angola, Moçambique, Qatar, EAU, Tailândia, etc. A EFACEC conta com cerca de 2500 trabalhadores, tem tido um volume de negócios anual superior a 500 milhões de euros e é uma das mais importantes empresas industriais do País.
Entretanto, são conhecidas as dificuldades com que ao longo dos anos o grupo se confrontou, bem como as preocupações. Nas últimas semanas têm vindo a público notícias que dão conta de dificuldades de funcionamento da Efacec e de vários cenários hipotéticos sobre o seu futuro, com destaque para a possibilidade de criação por um consórcio de bancos composto por CGD, BCP, BPI, Novo Banco, Banco Montepio e EuroBic/BICde uma sociedade veículo para onde transitaria temporariamente a maioria acionista da empresa. A incerteza mantém-se, num quadro em que interesses de grandes grupos privados se movimentam sem que o Governo tenha exercido as possibilidades que tem ao seu dispor para defender os interesses nacionais.
Para o PCP, mais do que a salvaguarda do interesse da banca, aquilo que se impõe é uma estratégia do País que defenda a Efacec, os postos de trabalho e a economia nacional. O objetivo tem de ser o de assegurar a continuidade da empresa. Mas não só, a Efacec não pode cair em mão estrangeiras, designadamente da concorrência, que a tornariam irrelevante, no máximo uma sua mera subsidiária. Os exemplos não faltam da Quimonda à Sorefame, Mague, Cimpor, etc. É fundamental, evitar que seja vendida ao capital estrangeiro, que pode ser um “fundo abutre” para depois fazer dos seus ativos o que mais lucro lhe proporcionar, por exemplo vender separadamente partes da empresa, retirando-lhe a atual dinâmica e sinergias ou a uma empresa concorrente sendo colocada ao serviço dos interesses globais dessa empresa e não do interesse nacional.
Para o PCP deve ser considerada a possibilidade de uma intervenção do Estado, visando a recuperação do controlo público desta importante empresa da indústria nacional, defendendo os postos de trabalho, respondendo às necessidades mais imediatas de tesouraria, projetando a sua integração e desenvolvimento no quadro do Sector Empresarial do Estado, colocando a EFACEC ao serviço do desenvolvimento económico da região e do País.
Partindo desta apreciação, o Grupo Parlamentar o PCP na Assembleia da República entregou ontem uma pergunta escrita ao Governo que, para além do desenvolvimento e fundamentação destes conteúdos, questiona expressamente:
1. Tendo em conta o papel estratégico do Grupo na economia da região e do país, não considera o Governo concretizar a opção de controlo público e consequente integração no Sector Empresarial do Estado? E, na sequência na resposta à questão anterior, que fundamentos assume para justificar o seu posicionamento perante a atual situação da empresa e da sua estrutura acionista?
2. Que apreciação faz o Governo sobre as opções de gestão que têm caracterizado o Grupo Efacec, nomeadamente naquilo que diz respeito aos despedimentos, ao aumento do trabalho precário e ao confronto com direitos dos trabalhadores?
3. Que mecanismos ativou o Governo para o acompanhamento do processo de empresa em reestruturação desde que foi concedida a extensão para o triénio 2017/2019?
4. Qual o montante total de financiamento com origem pública, incluindo fundos comunitários, disponibilizados ao Grupo Efacec, assim como quais os investimentos a que se destinaram?