No passado Sábado, dia 23, no Arquivo de Sophia de Mello Breyner, a Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do PCP, realizou uma Sessão Pública sobre a Situação internacional, com a presença de Albano Nunes membro da Comissão central de controle e quadros e da secção Internacional do PCP.
Uma Sessão Pública bastante participada e realizada num contexto complexo da política mundial e numa situação internacional marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e por um complexo e contraditório processo de rearrumação de forças à escala mundial, o imperialismo intensifica a sua violenta e multifacetada ofensiva, que se confronta com a resistência e luta dos trabalhadores e dos povos em defesa dos seus direitos e soberania. É uma situação em que aumenta o perigo dos sectores mais reaccionários e agressivos do imperialismo de apostarem cada vez mais na guerra e no fascismo.
O imperialismo, e em particular o norte-americano, tenta pelas mais diversificadas formas e utilizando os mais variados meios – económicos, financeiros, monetários, políticos, diplomáticos, militares e ideológicos – contrariar a tendência do seu declínio económico relativo e impor o seu domínio hegemónico ao nível mundial.
A sua ambição e desígnio é aprofundar ainda mais a livre circulação de capitais, forçar a abertura de mercados à penetração do grande capital e ao poder arbitrário das transnacionais; assegurar o domínio de mercados, de rotas comerciais e energéticas; apropriar-se de recursos naturais; aprofundar a exploração; garantir zonas de dominação económica e política; garantir o controlo de tecnologias e do desenvolvimento tecnológico, nomeadamente em áreas como a energia, o ambiente, a saúde ou a comunicação e informação; impedir processos de afirmação soberana, progressistas e revolucionários; impor e assegurar o seu domínio geoestratégico.
A ofensiva agressiva do imperialismo continua a incidir particularmente nas regiões de grande concentração de recursos naturais, matérias-primas e rotas energéticas, e em regiões-chave do ponto de vista geoestratégico, como as de desenvolvimento de mercados e de relações económicas e comerciais emergentes.
É uma ofensiva que influencia e utiliza numerosas organizações internacionais e as relações diplomáticas, chegando a atingir a forma de guerra económica com a aplicação de sanções e bloqueios económicos e financeiros contra países que afirmem e defendam a sua soberania.
Assume particular gravidade a ampla ofensiva belicista e intervencionista do imperialismo que – estendendo-se, praticamente, a todos os continentes – encerra o perigo de uma escalada e de uma generalização de conflitos militares no plano mundial de dimensões e consequências imprevisíveis.
Os EUA, a NATO e a União Europeia, com os seus aliados, são responsáveis por todos os grandes conflitos militares da actualidade.
A NATO continua a afirmar-se e a reforçar-se como o mais importante e perigoso instrumento da ofensiva agressiva do imperialismo, sob a hegemonia dos EUA, apesar de contradições interimperialistas que tenderão a acentuar-se com o aprofundamento da crise.
Nas suas Cimeiras de Gales (2014) e de Varsóvia (2016), a NATO reafirmou o seu carácter abertamente ofensivo, reforçou a União Europeia como seu pilar europeu, continuando a promover o seu alargamento na Europa e as suas parcerias a nível mundial e a pressionar o aumento do peso das despesas militares nos orçamentos nacionais. As grandes potências da NATO, e particularmente os EUA, continuam a ser responsáveis pela corrida a mais poderosas e sofisticadas armas, pela modernização dos arsenais nucleares, por uma vasta teia de bases militares estrangeiras ao nível mundial – assumindo, neste quadro, particular gravidade a instalação pelos EUA do sistema antimíssil na Europa e na Ásia, que representa uma séria ameaça ao equilíbrio estratégico nuclear mundial.
São expressão da escalada de confrontação do imperialismo as guerras de agressão no Médio Oriente e na Ásia Central; a ofensiva desestabilizadora na América Latina; os processos de ingerência e recolonização em África; o avanço da NATO para o Leste da Europa, apontando o cerco à Federação Russa; ou a crescente militarização na Ásia e Pacífico, visando a China.
A ofensiva imperialista procura obstaculizar, e mesmo impedir, o exercício da soberania nacional, particularmente visando Estados que representam de alguma forma um factor de contenção à imposição do poder hegemónico do imperialismo, nomeadamente do imperialismo norte-americano e foram dados exemplos desta agressão: A Guerra na Jugoslávia, invasão do Iraque, a Guerra na Líbia, a Guerra na Síria, a Guerra contra a Venezuela, política económica e financeira.
Os participantes da Sessão Pública, saíram da reunião mais esclarecidos, mas também preocupados com os problemas e o perigo que o mundo atravessa, e satisfeitos com os inúmeros focos da resistência e recentes derrotas do imperialismo, situação que a Comunicação Social dominante não transmite e em grande parte das vezes distorce os factos.
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Gaia do Partido Comunista Português