“Os problemas que o Concelho de Baião, a região e o País enfrentam têm a ver com a concorrência que provém de países onde os Direitos Humanos e Sociais não são respeitados”. E assim se pronunciou, em entrevista ao referido jornal.
Isto é, a taxa de desemprego no nosso Concelho que é o dobro da média nacional, a falta de investimento que aqui se verifica, a fuga de mão de obra, especialmente, para Espanha, a situação na construção civil, no pequeno e médio comércio e indústria, o estado deplorável da agricultura, o fecho de escolas com boa frequência e a ameaça de fecho de serviços públicos essenciais para o apoio à população, tais como, Tribunal, Finanças e valências de Saúde, resultado das políticas de direita seguidas pelo actual governo e da falta de iniciativa dos actuais responsáveis da autarquia, nada influenciam esta situação, pois a culpa vai toda para os países asiáticos e de leste. Não nos atirem areia para os olhos! É o cúmulo da desfaçatez!
Diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu artigo XXIII: “Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à protecção contra o desemprego, tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que assegure para si e sua família uma existência compatível com a dignidade humana e tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para a protecção dos seus interesses”.
Nos dias de hoje em Portugal existem 2 milhões de compatriotas que vivem no limiar da pobreza, 200 mil que passam fome, o desemprego atinge uma taxa superior a 8 por cento não parando de crescer e os sindicalistas e activistas são perseguidos. O nosso País é o mais injusto da União Europeia, pois existe uma minoria cada vez mais rica e a grande maioria cada vez mais pobre. Onde estão, então, em Portugal, os direitos humanos de que o Sr. Presidente fala?
Sobre os motivos do fecho da Caldeira & Silva ainda vai correr alguma tinta, mas tudo leva a crer tratar-se de mais um caso de gestão danosa ou irresponsável, que vai tornar o Natal de 2007 nada feliz para os seus 133 trabalhadores, que bem merecem a nossa solidariedade e deviam merecê-la também da própria autarquia.
Aos Baionenses apelamos para não baixarem os braços e não se iludirem com “cânticos de sereia”, pois a luta é o caminho para a defesa dos seus legítimos direitos e interesses e nessa luta podem sempre contar com o PCP, na primeira linha.
PCP/Baião