A Comissão Concelhia de Amarante e o deputado na Assembleia da República, Honório Novo, reuniram no passado dia 10 de Dezembro com 32 dos 41 trabalhadores pertencentes ao Núcleo Florestal do Tâmega da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, que foram colocados em regime de mobilidade especial.
Após a reunião com os trabalhadores, a delegação do PCP reuniu com o responsável pela direcção do Núcleo Florestal do Tâmega, Área Metropolitana do Porto e Entre Douro e Vouga, o Sr. Eng.º Florestal Luís Corte Real.
Destes dois encontros foi possível ao PCP tirar as seguintes conclusões:1.O Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), está a ser levado a cabo no Ministério da Agricultura de uma forma profundamente errada, que tende a agravar a macrocefalia existente, e que se caracteriza por grande parte dos recursos do Ministério estarem concentrados em Lisboa:
a.Não se vislumbra qualquer lógica ou critério que justifique a dispensa de 80 trabalhadores no Núcleo Florestal do Tâmega, cerca de 58% do seu quadro de pessoal, atendendo ao facto deste núcleo ser responsável por uma área de aproximadamente 50.000 hectares e de várias instalações únicas em todo o país, tais como viveiros de árvores, trutas, perdizes ou cercados de veados.
b.Esta percentagem (58%) é quase o dobro da percentagem definida pelo Ministério da Agricultura de trabalhadores a dispensar (30%), e não teve por base qualquer tipo de auscultação dos serviços em causa.
2.Este processo de reestruturação é também profundamente injusto e desumano, dado que para a maioria dos trabalhadores representa um corte salarial a curto prazo e a entrada no desemprego pouco depois, uma vez que é quase certo que não serão colocados noutros serviços da Administração Pública e terão muitas dificuldades em encontrar novos empregos no sector privado, atendendo às suas idades e formações académicas. A maioria destes trabalhadores tem mais de 30 anos de serviço.
Esta atitude insere-se no ataque aos serviços públicos e aos direitos dos trabalhadores da Administração Pública que está a ser levado a cabo por este Governo PS/Sócrates, sendo reveladora de um claro desprezo pelas expectativas dos trabalhadores.
Não podemos deixar de criticar as consequências negativas que esta “reorganização” de serviços tem também para a região do Tâmega, uma vez que o seu desenvolvimento depende em grande parte da forma como protegemos um dos seus recursos mais valiosos, a floresta.
Em suma, trata-se de uma medida economicista do Governo, que prejudica a qualidade de vida das populações e compromete o futuro da região.
A Comissão Concelhia de Amarante do
Partido Comunista Português