Sectores Profissionais
Plano Estratégico de Transportes/PET - consequências imediatas
Na CP, a juntar às alterações de horários ocorridas a 11 Dezembro foi já anunciado o encerramento definitivo do serviço de passageiros nas Linhas do Corgo (Régua/V. Real), Linha do Tâmega (Livração/Amarante), Linha do Leste e o troço Beja/Funcheira, com efeitos a partir de 01 de Janeiro/2012.
Quanto às linhas do Corgo e Tâmega, havendo, neste momento, serviço rodoviário de substituição, este deixará de existir a partir de 01 Janeiro, contrariando a promessa governamental de manutenção da mobilidade das populações. Assim, a partir desta data, duas opções restam às populações: ou deixam de ter mobilidade ou, mantendo-se o serviço rodoviário, este terá “preços de mercado”, ou seja, preços muito mais elevados que os praticados actualmente pela CP.
Começa a ficar a descoberto o “véu” sobre as verdadeiras intenções do Governo com este PET: privatização do sector público dos transportes, ao qual não foi alheio o brutal aumento de preços verificado em Agosto passado (e que terá mais uma violenta actualização em Janeiro) e a eliminação dos passes sociais 4_18 e Sub 23 (para já!), dificultando, ainda mais, a vida das famílias com filhos estudantes, e dos trabalhadores em geral.
Mas, a efectivação prática do plano não se fica por aqui. Na CP PORTO foram “dispensadas” em Dezembro (leia-se despedidas) 7 trabalhadoras que possuíam vínculo precário.
Na EMEF/GOP prevê-se o encerramento da reparação e manutenção dos comboios pressionando-se os trabalhadores a rescindir.
É uma constatação que o processo de redução de efectivos na CP está em plena fase de execução. Esta redução de efectivos provoca, no imediato, a diminuição do horário de atendimento nas estações (prejudicando os utentes) e o aumento dos ritmos de trabalho aos trabalhadores que restam (já de si intensos).
A alteração de horários na CP Porto é uma outra vertente da diminuição do direito de mobilidade das populações. Se já no anterior horário havia défice de oferta, com o actual esse défice é acentuado: nos dias úteis são menos 2 comboios e aos Domingos e Feriados Oficiais menos 3 do que no anterior horário. Mesmo que aos sábados exista um aumento da oferta (+ 2 comboios), torna-se evidente que os utentes são prejudicados devido à redução da oferta (aliás, as reclamações de passageiros devido à sobrelotação dos comboios tem sido notória e indesmentível).
Os comunistas do Sector Ferroviário defendem o serviço público de transportes, o direito ao trabalho, o direito à mobilidade das populações, os passes sociais, e uma CP ao serviço das pessoas e do país.
Todas as malfeitorias que estão a ser feitas aos trabalhadores, aos utentes da CP, à população em geral e ao país têm de ser corajosamente combatidas!
Por isso, apelamos aos trabalhadores, aos utentes e à população em geral, que se mobilizem na defesa do bem público que é o Caminho-de-ferro, e contra as privatizações.
A Direcção do Sector Ferroviário do PCP/Porto
Porto, 19 de Dezembro de 2011