Sectores Profissionais
Transporte público ferroviário posto em causa pelas medidas acordadas entre o governo PS e o PSD
Pretendem fazer a redução de custos operacionais à custa dos trabalhadores, quando, como é sabido, quer a CP quer a REFER têm um número excessivo de Administradores, Directores e Assessores, que custam ao erário público cerca de 1 milhão de euros/mês; porém, não é com estes que se preparam para reduzir custos, mas sim o despedimento de trabalhadores.
A divulgação pela imprensa do futuro despedimento de 600 trabalhadores da CP e EMEF, assim o confirma;
A perspectiva de criação do fundo de financiamento destinado a garantir o pagamento das compensações aos trabalhadores, prenuncia, ainda, muitos mais despedimentos;
Esse fundo, será retirado dos salários dos trabalhadores, ou seja, será um mecanismo de tal forma perverso, que serão os trabalhadores a financiarem o seu próprio despedimento;
A legislação relativa à redução temporária dos períodos normais de trabalho e a suspensão do contrato em situações de crise empresarial são instrumentos que trarão mais insegurança e precariedade às relações laborais.
Estas medidas, enquadram-se na facilitação da futura privatização da CP/Porto e CP/Lisboa, deixando mãos livres ao capital, para acentuar a exploração de que são vitimas os trabalhadores e as populações, nomeadamente:
Na redução de oferta de comboios (e barcos, como já foi divulgado pela Transtejo) penalizará toda a população que utiliza esses meios de transporte para as suas deslocações;
O encerramento de linhas agravará as assimetrias, já hoje notórias, entre as regiões;
A manutenção do material circulante deixará de ser efectuado pela EMEF (aliás, a compra de material obsoleto e degradado à Espanha - as famosas “Camelo” - são disso bom exemplo);
Os despedimentos serão facilitados e tornar-se-ão mais baratos;
Os trabalhadores verão reduzidos os seus salários e direitos;
A precariedade e a insegurança são acentuadas;
O preço dos bilhetes aumentará.
Como o PCP vem dizendo, não é disto que o país precisa!
As medidas que o Governo anuncia e quer tomar para o sector ferroviário são profundamente lesivas dos interesses gerais do país.
O país precisa de políticas de transporte público que estejam ao serviço das populações e do desenvolvimento de Portugal.
O Combate à crise passa pela valorização doa salários, pelo combate à precariedade, pela contratação colectiva e pela defesa de um forte sector público empresarial.
O PCP tudo fará para que os trabalhadores, e as populações assumam a defesa dos seus direitos.
Porto, 17 de Dezembro 2010