A Comissão Concelhia de Santo Tirso do PCP tem acompanhado as crescentes preocupações dos habitantes de Santo Tirso relativamente aos projectos de requalificação e revitalização do Largo Coronel Baptista Coelho e da Praça Conde S. Bento, duas prioridades deste executivo inscritas no Plano de Actividades do próximo ano, com uma verba, comparticipada por fundos comunitários, que atingirá no final mais de 2, 6 milhões de euros.
Os projetos em causa, sob a égide da sustentabilidade, propõem alterações nos referidos locais que não respeitam o património histórico ali edificado e identificado, nem os desejos dos seus moradores e comerciantes. Embora a supressão do trânsito automóvel, a criação de ciclovias e a consequente redução de emissões poluentes de óxidos de carbono e azoto nos centros urbanos sejam razões de salientar, tais condições, por si só, sem alternativas de transportes públicos e de estacionamento em zonas próximas, não respondem aos anseios da população. Acresce que, para a concretização de uma política sustentável, não são necessárias políticas de degradação e descaracterização do centro de Santo Tirso e do seu património, sendo possível conciliar ambas.
No terreno, contactamos moradores e comerciantes que nos apresentaram as suas preocupações quer com a preservação da traça que caracteriza a Praça e o Largo, nomeadamente, dos espaços verdes, quer com a falta de alternativas de estacionamento, bem como com a pressão ambiental e perda da qualidade de vida com aumento do ruído noturno que pode resultar da maior concentração de pessoas, designadamente nos bares. Tratando-se, do Largo Coronel Baptista Coelho, de um espaço utilizado para diversos fins, qualquer projeto que o envolva terá que compatibilizar os interesses dos seus utentes – moradores, comerciantes, trabalhadores de serviços e escritórios e bares. Devem, pois, procurar-se soluções técnicas que permitam resolver o problema, sem qualquer atropelo da lei do ruído.
A ausência de diversificação e desconcentração de obras de requalificação e reabilitação de outros locais de Santo Tirso com necessidades mais prementes foi outra das preocupações suscitadas. Recorde-se que, no mesmo local, a Praceta do Alto da Feira foi recentemente alvo de requalificação. Mais urgente seria, por exemplo, e de acordo com as prioridades eleitorais do programa da CDU, requalificar o Largo da Feira em estado muito degradado, reparar bancos de jardins por toda a cidade, cuidar de parques e espaços verdes, aumentar espaços para estacionamento e alargar a rede de transportes públicos a todo o concelho.
Consideramos também que este é um projecto que não foi apresentado em campanha eleitoral, não teve o sufrágio dos eleitores nem a devida amplitude de discussão política, sendo esta canalizada para apresentações pós-eleitorais com técnicos da Câmara e não com os políticos responsáveis. Estes deveriam, em nossa opinião, ter estado presentes nas últimas reuniões de apresentação do projecto. Depois do eleito da CDU ter questionado a Câmara na última reunião da Assembleia Municipal, a Comissão Concelhia de Santo Tirso do PCP apresenta assim a sua preocupação e desacordo com os projetos de requalificação do Largo Coronel Baptista Coelho e da Praça Conde S. Bento e apela à presença do Executivo Municipal na próxima sessão pública de esclarecimento, a realizar no dia 20 de Dezembro, na Biblioteca Municipal de Santo Tirso, de modo a responder às preocupações da população tirsense.
A Comissão Concelhia de Santo Tirso do Partido Comunista Português