O sucessivo adiamento da construção de novas instalações para o Hospital de Santo Tirso contribuiu para a situação a que hoje chegamos, em que a densidade de construção é tanta, que põe em causa os utentes e os trabalhadores daquele Hospital em caso de incêndio, ou quando haja necessidade de uma intervenção de urgência em alguns do serviços.
Como há muito vimos denunciando, as obras realizadas e as projectadas não respondem às necessidades da população abrangida (concelhos de Santo Tirso e Trofa e algumas freguesias da Maia e de Paços de Ferreira).
Esta realidade é reconhecida por todos os que trabalham no Hospital Conde São Bento, bem como pelos utentes que o frequentam.
Reconhecendo a necessidade de novas instalações, foi o próprio governo que chegou a anunciar a realização da obra há cerca de 10 anos.
Contudo, até hoje nada avançou porque os sucessivos governos do PS e do PSD/CDS, bem como a Câmara Municipal, permitiram que interesses políticos e económicos se sobrepusessem aos das populações.
Daí o encerramento da Maternidade, depois do serviço de Urgências médico-cirúrgicas, com a agravante de que, em termos infra-estruturais, a unidade de Vila Nova de Famalicão não reúne, nem vai reunir, condições para acolher os utentes dos vários concelhos abrangidos (Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Trofa e ainda de algumas freguesias da Maia e Paços de Ferreira).
A Julgar pelas declarações do presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Ave, ainda nem tiveram início as obras no serviço de Urgências de Vila Nova de Famalicão.
A situação é, para a Comissão Concelhia de Santo Tirso do PCP e para a população, muito grave pelo facto de a viatura de Suporte Imediato à Vida (SIV), que se encontra no Hospital de Santo Tirso, não ter na sua tripulação pessoal médico, apesar de ter chegado àquele Hospital dois meses depois da data prevista no protocolo.
Nestas condições – e conhecendo as restrições impostas pela Ordem dos Médicos no serviço a prestar aos utentes transportados nestas viaturas – a Comissão Concelhia de Santo Tirso do PCP responsabiliza o Governo e a Câmara Municipal de Santo Tirso por qualquer situação que venha a acontecer com utentes transportados nestas condições.
Mas, o acordo assinado entre a ARS Norte e a Câmara de Santo Tirso é ainda mais grave, pois “abre a porta” ao encerramento de outras especialidades, sabendo o PCP que se preparam para, nos próximos dias, encerrar o serviço de Otorrinolaringologia e o de Oftalmologia.
OPÇÕES DO GOVERNO ABREM PORTA A PRIVADOS
Como também havíamos denunciado, as opções políticas dos últimos anos que os governos do PSD/CDS e do PS tiveram relativamente ao Hospital de Santo Tirso e mesmo em relação aos Centros de Saúde abriram caminho ao aparecimento de privados com o intuito de colmatar o serviço que deveria ser prestado pelo Serviço Nacional de Saúde.O encerramento da Maternidade coincidiu com a aposta do Hospital da Trofa neste mesmo serviço; assim como o encerramento de serviços do Hospital de Santo Tirso é agora “compensada” pelo aparecimento de um projecto para a construção de um Hospital privado na cidade.
A consequência das decisões políticas do governo e da subserviência da Câmara Municipal representa menos e piores serviços públicos para a população e, caso não se tomem medidas, representará a curto prazo a exclusão de milhares de utentes dos cuidados de Saúde por falta de dinheiro para pagar no privado aquilo que o público deixará de garantir, violando o direito aos cuidados de Saúde consagrados na Constituição da República Portuguesa.
CENTROS DE SAÚDE EM RISCO E COM POUCAS CONDIÇÕES
Há cerca de meio ano, na sequência de um Mandato Aberto sobre saúde realizado no concelho de Santo Tirso, questionámos o Ministério da Saúde sobre as instalações da Extensão de Saúde de São Martinho do Campo. Na resposta, o Ministério da Saúde afirmou que aquelas instalações reuniam condições razoáveis de funcionamento (que discordamos frontalmente) embora reconhecesse a necessidade de construção de acessos para pessoas com mobilidade reduzida. Admitiam, inclusive, incluir aquela obra no PIDDAC para 2008, o que não se veio a confirmar.
Relativamente à Extensão de Caldas da Saúde, em Areias, o presidente da Câmara anunciou a construção de novas instalações em terreno que seria cedido pela autarquia. No entanto, é o próprio Ministério da Saúde que, em resposta a um Requerimento do PCP apresentado na Assembleia da República, nega ter qualquer acordo para a construção das referidas instalações.
A Comissão Concelhia de Santo Tirso do PCP alerta ainda a comunidade tirsense para o perigo que existe do encerramento da Extensão de Saúde de Monte Córdova. É urgente que a população e as autarquias (Junta e Câmara) assumam a defesa desta Extensão de Saúde e impeçam mais um encerramento.
PCP INTERVEM NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA E ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Face a esta brutal ofensiva ao Serviço Nacional de Saúde no concelho e aos elementares direitos da população, o PCP tomou a iniciativa na Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Santo Tirso, confrontando o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal com o encerramento de Serviços, responsabilizando-os por qualquer tragédia que venha a acontecer em virtude da falta de infraestruturas em Famalicão para acolher utentes de urgência dos dois Hospitais e exigindo a construção de novas instalações para o Hospital de Santo Tirso.A Comissão Concelhia de Santo Tirso