
A abrir os trabalhos, Belmiro Magalhães, do Comité Central e responsável por esta organização, referiu que «dois anos depois da última assembleia, o Porto está mais pobre, com mais desemprego e pobreza, com menos população e democracia». Segundo este dirigente, a cidade do Porto precisa de políticas de esquerda e só o PCP protagoniza o projecto democrático que o concelho, a região e o País reclamam.
Armindo Vieira, da direcção do Partido na cidade, referiu-se às questões de reforço da organização, sublinhando o esforço feito em matéria de rejuvenescimento e responsabilização de novos quadros, assim como na necessidade de se atribuir mais atenção à imprensa do Partido.
Rui Sá, membro do Comité Central e vereador na Câmara do Porto, criticou severamente a privatização de equipamentos e serviços municipais, desde a recolha do lixo até a diversos mercados municipais. Entre 2005 e 2009, com um único eleito, o PCP apresentou cinco vezes mais propostas do que os 12 vereadores do PSD, CDS e PS juntos.
Domingos Oliveira, igualmente daquela direcção partidária, realçou a importância do reforço da intervenção dos comunistas nas empresas e locais de trabalho, bem como o reforço do movimento sindical unitário – questões que considerou fundamentais no combate pela ruptura. Delegados oriundos dos sectores dos bancários, dos seguros, da portaria e vigilância e da célula da Câmara ilustraram, com exemplos, as consequências das medidas de precarização das relações de trabalho e de diminuição das remunerações em curso nos vários sectores.
«Sem capacidade financeira, é difícil garantirmos a intervenção política que desejamos», referiu Artur Ribeiro. Na resolução política aprovada, refere-se o objectivo de aumentar o número de militantes a pagar quotas regularmente, aproveitando todas as formas para o conseguir.
Após a aprovação de três moções – de solidariedade com a luta dos utentes contra as portagens nas SCUT, sobre as celebrações do 25 de Abril e de repúdio perante a realização em Portugal de uma cimeira da NATO – Ângelo Alves, da Comissão Política, na intervenção de encerramento, apontou o socialismo como única alternativa ao capitalismo. «O reforço do PCP e da luta de massas, questões intrinsecamente relacionadas, são o caminho para a transformação de Portugal num país mais justo e soberano», concluiu.
A nova Direcção da Organização da Cidade do Porto ficou composta por 33 elementos, dos quais sete não integravam o anterior organismo. A média de idades é de 45 anos, tendo 13 membros menos de 40.