Porto
8ª Assembleia da Organização da cidade do Porto do PCP
Mais de 130 delegados, eleitos em 16 organizações de base, participaram, sábado, na VIII Assembleia da Organização da Cidade do Porto do PCP. Para além destes, estiveram também presentes dezenas de convidados. No debate travado, foram colocadas variadíssimas questões relacionadas com as consequências das políticas de direita, praticadas quer pelo Governo quer pela maioria municipal PSD/CDS.
A abrir os trabalhos, Belmiro Magalhães, do Comité Central e responsável por esta organização, referiu que «dois anos depois da última assembleia, o Porto está mais pobre, com mais desemprego e pobreza, com menos população e democracia». Segundo este dirigente, a cidade do Porto precisa de políticas de esquerda e só o PCP protagoniza o projecto democrático que o concelho, a região e o País reclamam.
Armindo Vieira, da direcção do Partido na cidade, referiu-se às questões de reforço da organização, sublinhando o esforço feito em matéria de rejuvenescimento e responsabilização de novos quadros, assim como na necessidade de se atribuir mais atenção à imprensa do Partido.
Rui Sá, membro do Comité Central e vereador na Câmara do Porto, criticou severamente a privatização de equipamentos e serviços municipais, desde a recolha do lixo até a diversos mercados municipais. Entre 2005 e 2009, com um único eleito, o PCP apresentou cinco vezes mais propostas do que os 12 vereadores do PSD, CDS e PS juntos.
Domingos Oliveira, igualmente daquela direcção partidária, realçou a importância do reforço da intervenção dos comunistas nas empresas e locais de trabalho, bem como o reforço do movimento sindical unitário – questões que considerou fundamentais no combate pela ruptura. Delegados oriundos dos sectores dos bancários, dos seguros, da portaria e vigilância e da célula da Câmara ilustraram, com exemplos, as consequências das medidas de precarização das relações de trabalho e de diminuição das remunerações em curso nos vários sectores.
«Sem capacidade financeira, é difícil garantirmos a intervenção política que desejamos», referiu Artur Ribeiro. Na resolução política aprovada, refere-se o objectivo de aumentar o número de militantes a pagar quotas regularmente, aproveitando todas as formas para o conseguir.
Após a aprovação de três moções – de solidariedade com a luta dos utentes contra as portagens nas SCUT, sobre as celebrações do 25 de Abril e de repúdio perante a realização em Portugal de uma cimeira da NATO – Ângelo Alves, da Comissão Política, na intervenção de encerramento, apontou o socialismo como única alternativa ao capitalismo. «O reforço do PCP e da luta de massas, questões intrinsecamente relacionadas, são o caminho para a transformação de Portugal num país mais justo e soberano», concluiu.
A nova Direcção da Organização da Cidade do Porto ficou composta por 33 elementos, dos quais sete não integravam o anterior organismo. A média de idades é de 45 anos, tendo 13 membros menos de 40.