DORP do PCP marca para 6 de Dezembro a 11ª Assembleia Regional e define objectivos
A Assembleia é o momento mais importante da vida do Partido na região, tendo a DORP definido como objectivos:
· Apreciação ao cumprimento dos objectivos definidos na última Assembleia;
· Análise à evolução da situação política, económica e social da região e, em particular, às consequências de 3 anos de pacto de agressão;
· Propostas do Partido para a resolução dos problemas e para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e do povo, no quadro da luta pela alternativa patriótica e de esquerda;
· Avaliação do trabalho realizado, da intervenção e do papel do Partido, das suas organizações e dos seus militantes;
· Definição de linhas prioritárias para o reforço da organização e para a intervenção dos comunistas na região, enquadradas nos princípios e nas orientações gerais do Partido;
· Eleição da nova Direcção Regional.
Com a marcação da marcação da 11ª Assembleia de Organização Regional do Porto do PCP, a DORP considera necessário o aprofundamento do debate e o envolvimento do colectivo partidário no âmbito do processo preparatório.
A partir desta análise, reflexão e discussão, serão definidas as propostas para a resolução dos problemas e para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e do povo, no quadro da luta pela alternativa patriótica e de esquerda que integrarão o projecto de Resolução Política que será lançado para discussão em finais de Outubro.
Durante o mês de Novembro serão eleitos os delegados, cerca de 400, em assembleias que se realizarão nas diversas organizações de base local e sectorial.
A marcação da Assembleia e o lançamento da discussão na organização partidária, que decorre em simultâneo com a linhas de intervenção e denuncia da política de direita e de construção de uma alternativa patriótica e de esquerda, não pode ser dissociada do estado de definhamento em que a política de direita mergulhou o País e das medidas da chamada “austeridade” que foram impostas para aumentar a exploração dos trabalhadores e o empobrecimento do Povo, agravando todos os problemas sociais reflectidos num desemprego crescente e no alastramento, sem precedentes, da pobreza, da miséria e da exclusão social.
Ao nível desta região, os problemas não são diferentes. Podem, certamente, sentir-se de forma mais intensa em sectores ou zonas onde o ataque, o encerramento de serviços públicos, o desmantelamento e destruição do sector produtivo e empresas e sectores estratégicos ocorreram mais precocemente. Sente-se e reflecte-se na região e nos trabalhadores a consequência da privatização de empresas e sectores estratégicos altamente lucrativos como acontece com a refinaria do Porto da Petrogal, a concessão das auto-estradas e seu portajamento, a privatização dos CTT acompanhada pelo encerramento de dezenas de postos e estações dos correios, a privatização da REN e da EDP e o consequente aumento dos custos da energia para as famílias e as empresas, num distrito como o do Porto, com graves problemas sociais e forte componente industrial.
O sector dos Transportes – novamente sob a mira do governo – está confrontado com novo ataque ao futuro da manutenção ferroviária na região, com a viabilidade da unidade de Guifões da EMEF posta em causa, enquanto o governo apresenta o modelo de concessão do Metro do Porto como exemplo a seguir para a CP e a STCP, escondendo a realidade e as consequências deste modelo de concessão que é um negócio claramente vantajoso para os privados, mas ruinoso para os cofres públicos, para o interesse nacional e para a própria região que se vê privada de novos investimentos e novas linhas.
O processo de destruição do Portugal de Abril, o encerramento de serviços públicos e a privatização de empresas e sectores estratégicos não terminou. Provam-no as pressões para a privatização da recolha do lixo e, a seguir, da água. Um problema com que vários concelhos estão já confrontados.
O país e a região continuam a ser esbulhados das suas riquezas e a ver o seu futuro posto em causa as enormes potencialidades do sector industrial, das pescas ou da agricultura são subjugadas a interesses contrários aos da população.
O ensino e a investigação científica, com importantes centros de investigação na região, não são devidamente apoiados e potenciados no desenvolvimento económico e no progresso social. Os investigadores científicos agonizam com os sucessivos governos.
A cultura, a arte e a criação artística são encarados como benesse ou privilégio a que apenas um grupo muito restrito tem acesso.
O desporto, o recreio, a ocupação dos tempos livres continua inacessível para uma parte significativa da população, numa região onde crescem as assimetrias entre concelhos e dentro dos próprios concelhos.
Os 37 anos da política de direita deixaram bem claro que este não é o caminho do desenvolvimento, do progresso ou da justiça social. Este é o caminho do aprofundamento das desigualdades e das injustiças, o caminho da exploração e do retrocesso. Um caminho que importa romper para retomar os valores de Abril, assumindo-os como matriz de desenvolvimento da região e do país.
A 11ª Assembleia de Organização Regional do Porto do PCP enquadra-se nesta luta pela mudança de políticas e transformação social, para a qual o reforço do PCP é condição indispensável.
Porto, 25 de Julho de 2014
A DORP do PCP