Incompetência e incapacidade dos presidentes de Câmara para encontrar soluções para a região
Os mais recentes desenvolvimentos sobre o concurso metropolitano de transportes confirma como este modelo das áreas metropolitanas é incapaz de resistir e superar a visão individualista e egoísta de autarcas incapazes de procurar convergências e articulações capazes de responder aos problemas no plano metropolitano e regional.
O concurso metropolitano de transportes deveria ser a forma de assegurar uma oferta adequada às necessidades de mobilidade, maior eficiência, mais sustentabilidade ambiental, melhor qualidade do serviço, rejuvenescimento da frota, mais responsabilidade social, informação mais completa e maior foco nos passageiros.
Mas o que temos é o reacender de guerras entre presidentes de Câmara, a demonstração da incompetência e da incapacidade para uma resposta metropolitana, a indisponibilidade para articular soluções, as vaidades e os egos que se sobrepõem às necessidades dos utentes e populações, a defesa de interesses inconfessáveis para que tudo fique na mesma.
Não há, em matéria de transportes e mobilidade, uma única medida significativa, de sentido positivo, que os órgãos metropolitanos tenham sido capazes de conceber. E se não fosse a persistência do PCP ao longo de mais de 20 anos, ainda hoje não teríamos o Passe Único e a redução verificada no âmbito do PART.
A situação em que nos encontramos confirma que é possível reverter o caminho seguido e assumir uma estratégia com base na definição do operador público, a STCP, como operador interno da Área Metropolitana do Porto. Assim, a DORP do PCP propõe que:
· Seja criada uma estrutura de definição da rede (carreiras, serviços, horários e frequências) e acompanhamento da operação que envolva as autarquias, os trabalhadores e os utentes.
· Tome as medidas necessárias para que a STCP seja definida como operador interno dos 6 concelhos (Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia) onde opera.
· Se defina um calendário de alargamento faseado aos restantes concelhos onde a STCP passará futuramente a assumir a operação, substituindo os privados à medida que tenha condições para assegurar o serviço com qualidade;
· Se assegurem medidas de defesa e salvaguarda dos postos de trabalho das empresas privadas que fazem hoje o serviço, designadamente com a prioridade à contratação para a STCP destes motoristas (e outros trabalhadores) para responder às necessidades decorrentes do alargamento da operação.