Será assinado hoje um “protocolo para o desenvolvimento de estudos para a consolidação da Rede de Metro Ligeiro do Porto”, com a participação do Governo, do Conselho Metropolitano do Porto e da empresa Metro do Porto.
Este acto é apenas mais um episódio de propaganda e hipocrisia política, promovido por alguns dos que há anos andam a enganar a região.
O necessário desenvolvimento da rede Metro do Poro não precisa de mais estudos, precisa de vontade e decisão política!
Os estudos para as linhas prioritárias estão há mais de uma década feitos e assumidos. Há 5 linhas prioritárias que apenas precisam de decisão política para que sejam concretizadas:
- prolongamento até à Trofa, a partir do ISMAI, devolvendo o transporte a estas populações que há mais de 17 anos ficaram sem o comboio;
- linha de Valbom, com ligação ao centro de Gondomar a partir de Campanhã, perspectivando uma ligação futura a Fânzeres, criando uma rede circular com a linha Laranja;
- linha do Campo Alegre, unindo as estações actuais de São Bento e de Matosinhos Sul;
- linha das Devezas, a partir da Casa da Música, perspectivando a ligação com a linha do Campo Alegre e a linha Amarela em Vila D`Este, criando uma ligação circular entre Gaia e o Porto;
- ligação a São Mamede de Infesta, a partir da actual estação Pólo Universitário, perspectivando a ligação futura a Matosinhos Sul e criando uma ligação circular entre Matosinhos e o Porto;
- ligação à Maia, a partir do Hospital São João, perspectivando a junção com a linha do Aeroporto na estação Verdes, criando uma ligação circular com a cidade da Maia.
Procurando contribuir para a concretização deste objectivo, o Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República apresentou já um projecto com vista à calendarização destes investimentos: http://porto.pcp.pt/images/stories/documentos/dorp9/20191219_plano_desenvolvimento_Metro.pdf
Na operação de propaganda em curso, o governo procura apagar as suas responsabilidades com a região e os compromissos anteriormente assumidos. Quando o Ministro do Ambiente anuncia a disponibilidade de 860 milhões de euros (“620 milhões de euros para a rede Metro e 240 milhões de euros para MetroBus”) está, na prática, a faltar aos compromissos do governo com a região.
Desde 2008 que o governo tem o compromisso com a Área Metropolitana de construir estas linhas. Não precisa de novos estudos, precisa decidir construir e disponibilizar as verbas necessárias.
Por fim, atendendo a notícias sobre alegados entendimentos “de bastidores” quanto às linhas a construir, a DORP do PCP considera que seria inaceitável que os investimentos a realizar na região fossem submetidos a qualquer arranjo partidário. O que precisamos não é de um entendimento entre 2 ou 3 concelhos geridos por autarcas de um determinado partido político. O que a região precisa é de um calendário de concretização destas linhas, sem exclusões.
Porto, 21 de Fevereiro de 2020
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP