É preciso parar este novo ataque aos serviços públicos
Os Correios devem ser o garante de um serviço público efetivamente ao serviço do país e das populações, ao serviço da economia nacional e do desenvolvimento, com uma gestão que vise o equilíbrio económico-financeiro e o investimento na melhoria da qualidade.
Os Correios, ao longo de mais de cinco séculos, asseguraram a prestação dos serviços postais em condições que lhe permitiram granjear o apreço da generalidade dos cidadãos e de todas as entidades que a eles recorreram.
O processo de liberalização imposto pela União Europeia e a privatização dos CTT concretizada pelo anterior governo PSD/CDS trouxe a redução de balcões, a degradação do serviço, o agravamento dos preços, o ataque aos direitos dos trabalhadores, etc.
O caminho de degradação do serviço postal é uma realidade que foi acentuada com a privatização da empresa. Entre 2009 e 2016:
- encerraram 564 estações e postos dos CTT;
- reduziram-se em largas centenas o número de trabalhadores e aumentou a pressão e o assédio com vista à sua saída, quando, na realidade, faltam trabalhadores nos correios;
- há vastas zonas do país onde o correio só está a ser distribuído uma vez por semana;
- recentemente chegou a haver 15 dias de atraso na chegada dos vales postais com as pensões de reforma;
- estão identificadas centenas de situações em que a distribuição postal é efetuada com “giro em dobra”, isto é, recorrendo à disponibilidade de carteiros que trabalham para além da distribuição que lhes está atribuída na sua jornada.
Entretanto, desde 2014, a empresa já distribuiu em dividendos aos acionistas mais de 240 milhões de euros.
Desde a privatização, os preços dos serviços têm subido escandalosamente. A título de exemplo: a tarifa do correio normal (escalão até 20 gramas) aumentou 47 por cento.
Prosseguindo esta estratégia predadora de recursos da empresa e de destruição do serviço público, fica comprometida a viabilidade futura do serviço postal universal.
O país não pode assistir à destruição de mais uma empresa nacional.
É um imperativo nacional, de soberania, coesão territorial e justiça social, que se reverta a privatização e garanta o controlo público da empresa, como única forma de salvaguardar a defesa do serviço público postal.
O que faz falta a esta vasta e importante região não são mais encerramentos e mais abandono. O que precisamos é de um caminho inverso a este, que devolva à região o que foi encerrado e destruído. O desenvolvimento da região passa pela recuperação dos serviços públicos, do aparelho produtivo, do emprego, das freguesias, da qualidade de vida.
Por isso, a DORP do PCP apela às organizações e aos militantes do Partido, aos trabalhadores e às populações que resistam a mais este ataque aos seus direitos e lutem pelo serviço público de correios para todos, da parte do PCP, podem contar com o compromisso com a defesa do serviço postal universal.
Porto, 3 de Janeiro de 2018
O Gabinete de Imprensa da DORP do PCP