Transportes e Comunicações
Pergunta de Ilda Figueiredo à Comissão europeia sobre a "exclusão da linha Porto-Vigo da rede base"
Trata-se de um importante revés para a região Norte, designadamente porque poderia constituir um importante factor de recuperação da crise profunda, económica e social, que cada vez mais se aprofunda.
Aliás, quanto a esta linha, nada é referido quanto ao seu futuro, deixando no ar todas as hipóteses, embora não esteja incluída no rol das que vão encerrar. Evidente se torna que a linha Porto-Vigo deixou de ser considerada uma prioridade também pelo Governo português, mandando para o caixote do lixo os estudos feitos, e consequentes verbas gastas, e as promessas tantas vezes anunciadas. Mas as razões que a justificavam mantêm-se, mesmo com maior relevância.
O seu estado actual desincentiva a sua utilização, quer pelo tempo de viagem, mais de três horas, quer pelo conforto que proporciona aos passageiros. As automotoras utilizadas são verdadeiras peças históricas.
Importantes infra-estruturas desta região continuarão subaproveitadas. O Porto de Leixões perde uma oportunidade de se expandir no noroeste peninsular e de fazer uma ligação à Europa pelo Norte de Espanha, potenciando a plataforma logística que se encontra em construção. O Aeroporto do Porto perde, também, a oportunidade de se afirmar ainda mais na Galiza, onde já tem uma quota de mercado de centenas de milhares de passageiros, embora tenha sido afectado negativamente pela introdução de portagens na A28 e pela forma como o processo foi desenvolvido.
Assim, solicito à Comissão Europeia que me informe do seguinte:
1. Quais as razões desta exclusão, tendo em conta a importância desta linha Porto-Vigo e os estudos já realizados?
2- Como considera que pode ser promovida a modernização da linha e a reprogramação dos investimentos até 2015, para aproveitar fundos comunitários e criar condições ao desenvolvimento económico, designadamente através do transporte misto de passageiros e mercadorias e da ligação às principais infra-estruturas da região, casos do Aeroporto do Porto e dos Portos de Leixões e de Viana do Castelo, dado que, numa economia em crise, o investimento produtivo e nas suas infra-estruturas torna-se, ainda mais indispensável?