"Meto a papelada para doenças profissionais, mandam-me uma carta a dizer que as minhas tendinites são doença natural, não têm nada a ver com a minha profissão", "tenho silicose nos pulmões, estou há três, quatro anos para ser chamado", "as empresas fugiram com os nossos descontos. Funcionários da Segurança Social dizem-nos: não sei como é que há patrões que só contratam trabalhadores dois ou três dias por mês". Estes foram alguns dos relatos de trabalhadores das pedreiras, alguns trabalhando desde os 14 anos e com mais de 30 anos de trabalho e que participaram hoje num encontro promovido pelo PCP, em Penafiel.
Paulo Raimundo, presente no encontro, relembrou que "foi através da força da luta de mais de 15 anos dos trabalhadores das pedreiras e pela proposta e força do PCP na Assembleia da República que foi possível acabar com as penalizações nas reformas destes trabalhadores cujo trabalho é extremamente penoso. Acabar com as penalizações para quem se reformou antecipadamente, antecipar a idade da reforma para milhares de trabalhadores, demonstra que é possível resistir, conquistar e avançar.". Perante os relatos sobre as de dificuldades que estão a ser colocadas no acesso ao regime especial de reforma antecipada, o Secretário-Geral do PCP, destacou a necessidade de confrontar o governo com esses constrangimentos e reafirmou que também isso revela "a importância da força do PCP, que passadas as campanhas eleitorais, está aqui na defesa de quem trabalha e trabalhou uma vida inteira.»