Os problemas estruturais do país estão a ser, como o PCP tem vindo a denunciar, agravados pelos impactos da epidemia e o aproveitamento que dela tem feito o grande capital para atacar direitos e acentuar a exploração.
O mais recente exemplo de tentativa de aproveitamento da situação epidemiológica para atacar os trabalhadores e os seus direitos é o facto de várias empresas, de diferentes sectores de actividade, estarem a considerar as faltas dadas pelos trabalhadores para a toma da vacina da COVID-19 como justificada, mas com perda de retribuição.
Esta é uma situação que se verificou na CP, entretanto resolvida após intervenção sindical, mas ao PCP chegaram igualmente testemunhos de trabalhadores da CNB-CAMAC e do grupo Lusíadas Saúde, por exemplo.
Nos termos da Lei, não há qualquer justificação para a retirada de remuneração, sendo esta uma situação reveladora do aproveitamento do facto dos trabalhadores tomarem a vacina da COVID-19, vacinação que também beneficia as empresas, para retirar um dia de salário.
Esta é uma postura inaceitável e imoral, um comportamento que prova que não há limites para aproveitar a crise provocada pela COVID-19 para agravar a exploração de quem trabalha, e exige uma forte e determinada acção do Governo para pôr termo a este comportamento.
O PCP alerta que este comportamento pode constituir um motivo dissuasor da vacinação e irá intervir junto do governo para reclamar uma intervenção célere e eficaz para lhe pôr cobro, designadamente por via da DGERT e ACT.