Uma delegação do PCP reuniu esta manhã com o SINTTAV – Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Telecomunicações e Audiovisual, com o objectivo de abordar a realidade laboral do sector, nomeadamente as questões da precariedade que tanto fustigam estes trabalhadores, especialmente os dos centros de contacto.
Na reunião, em que participou a deputada Diana Ferreira, foram manifestadas preocupações com a vida laboral e social de trabalhadores que, com vínculo precário, estão sujeitos a baixos salários, a horários desregulados, a intensos ritmos de trabalho, continuando a laborar sem as devidas condições de higiene e segurança e sem o devido acompanhamento no âmbito da medicina do trabalho.
O PCP reafirmou o seu compromisso de combate a todas as formas de precariedade (falsos recibos verdes, trabalho temporário, outsourcing, falsos contratos a prazo, estágios, bolsas de investigação, entre outras), nomeadamente com a apresentação de um Plano Nacional de Combate à Precariedade e com a luta pela vinculação destes trabalhadores à empresa para a qual efectivamente trabalham (sem prejuízo de soluções que respondam a realidades muito específicas deste sector - como é o caso de trabalhadores que, sendo operadores de centros de contacto trabalham para diferentes empresas).
O combate aos horários desregulados, a limitação legal do trabalho em regime de turnos e de laboração contínua e a protecção, compensação e reparação para os trabalhadores que trabalham por turnos, a reposição do pagamento do trabalho suplementar e prestado em dia de descanso semanal e feriados – matérias também abordadas na reunião – merecerão atenção por parte do PCP, que intervirá pela defesa e aprofundamento dos direitos destes trabalhadores.
O PCP reafirmou também o seu compromisso de valorização dos trabalhadores, defendendo o aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional para os 850€, a implementação das 35 horas para todos os trabalhadores e horários dignos que permitam a articulação da vida pessoal e familiar com a vida profissional, bem como com a defesa da contratação colectiva e a revogação da sua caducidade, considerando a sua importância para garantir mais direitos aos trabalhadores e distribuir melhor a riqueza.
Foi também abordada nesta reunião a necessidade de reconhecimento e regulamentação da profissão de operador de centro de contacto, considerando a aprovação de uma proposta do PCP para a “Criação e regulamentação da profissão de operador de centros de contacto, reforço dos direitos de pausa, descanso, higiene, saúde e segurança no trabalho” iremos intervir para a concretização do que foi aprovado na Assembleia da República.
O PCP reconhece as importantes lutas que os trabalhadores dos centros de contacto têm travado, e saúda a sua coragem e firmeza em diferentes momentos – a sua luta será determinante também no futuro para verem respondidas as suas reivindicações e aspirações.