Nos encontros e audições levados a cabo na segunda-feira, dia 27 de Abril, no  sector do Ensino Superior e Ciência, os deputados do Grupo Parlamentar do PCP, puderam confirmar aquelas que têm vindo a ser as preocupações manifestadas pelo PCP, bem como as denúncias que têm vindo a ser feitas.
A precariedade e instabilidade laboral dos investigadores científicos, que se perpetuam como bolseiros de investigação científica, sem direitos e sem protecção social; a escassez de financiamento às unidades de investigação, feito essencialmente com base em “projectos” e fundos comunitários, longe de responder às necessidades permanentes destas unidades – situações que o PCP tem vindo a denunciar e para as quais tem apresentado soluções, que têm sido constantemente rejeitadas por PSD, CDS e PS.
Neste mandato aberto, os deputados do PCP puderam também confirmar as consequências do subfinanciamento do ensino superior e aprofundar o conhecimento das greves dificuldades sentidas pelos estudantes do ensino superior e por milhares de jovens que veem barrado o acesso ao ensino público e ao conhecimento. São dezenas de milhares os jovens que, inscrevendo-se para os exames nacionais do 12º ano, não concorrem ao ensino superior, sabendo que não terão condições económicas para garantir essa frequência – uma responsabilidade que tem que ser assumida pelo Estado, conforme determina a Constituição, e não transferida para as famílias e os jovens, como têm feito sucessivos governos, particularmente este último do PSD/CDS.
As opções políticas deste governo refletem um projecto ideológico de elitização do ensino e de mercantilização do conhecimento, que passa pela desfiguração e desmantelamento da Escola Pública, em todos os seus graus de ensino, e pela destruição do Sistema Científico Tecnológico Nacional – ambos deveriam estar ao serviço das necessidades do país, do seu desenvolvimento económico e progresso social, o que só será possível com uma política alternativa, patriótica e de esquerda.