Trabalho
Desemprego no distrito do Porto - uma realidade dramática que exige combate firme e determinado
Dos dados relativos aos inscritos nos centros de emprego, no mês de Agosto, destacam-se alguns dados:
A taxa de desemprego oficial, que como antes referimos está longe de quantificar todos os desempregados, no distrito do Porto, é de 13,6% da população activa, valor muito superior à média nacional, 9,5%.
Em termos absolutos é Vila nova de Gaia que apresenta, destacadamente, o maior valor - 28 837 inscritos.
Em termos relativos, isto é, levando em consideração a população activa, Baião apresenta a maior taxa de desemprego com 21,6%.
De salientar, ainda, os valores de Amarante, Marco de Canaveses, Santo Tirso, Trofa, todos acima de 15%.
Comparando os valores de Agosto com os do mês anterior, verificamos que o número de inscritos nos centros de emprego do distrito aumentou 2,2% quando no País o aumento foi inferior - 1,8%.
CRESCEM OS DESEMPREGADOS SEM SUBSÍDIO DE DESEMPREGO
Confirmando a falta de preocupação com o apoio aos mais desfavorecidos, as opções dos sucessivos governos têm conduzido à crescente exclusão dos desempregados e à perpetuação da “condição de desempregado” numa região e num país onde a economia se encontra em profundo afundamento.
Os dados oficiais traduzem por isso uma dura realidade: o desemprego aumenta, mas diminui o número de beneficiários de prestações de desemprego (incluem o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego inicial, o subsidio social de desemprego subsequente e o prolongamento de subsídio social de desemprego).
Na verdade, dos desempregados registados nos centros de emprego do distrito do Porto, apenas 51% recebe qualquer subsídio ou prestação social. Contudo, a realidade é ainda mais dura. Dos 200 mil desempregados que se estima existirem no distrito, apenas 66 mil (33% recebe qualquer apoio social!)
INTENSIFICAR A LUTA, DERROTAR O PACTO DE AGRESSÃO
A realidade do distrito e do país confirma que este rumo não resolve nenhum dos problemas dos trabalhadores e do povo, antes agrava-os.
É por isso que a DORP do PCP denuncia a tentativa do governo PSD/CDS de agravar ainda mais a legislação laboral, designadamente pela via da liberalização dos despedimentos individuais sem justa causa e pela redução da duração e do montante do subsídio de desemprego para um limite máximo de dezoito meses, a diminuição do montante máximo (limite de três para duas vezes e meia o Indexante de Apoios Sociais), a par da redução progressiva do seu valor à medida que se prolonga a situação de desemprego.
A situação económica e social exige uma ruptura e uma mudança de políticas, só possíveis pela rejeição do pacto de agressão que o PS, o PSD e o CDS assinaram com a Troika estrangeira. Uma ruptura e mudança que aposte na economia nacional, através da promoção da produção nacional, valorização dos salários e pensões, para criação de emprego e de riqueza. No País e no Distrito há potencialidades que têm de ser aproveitadas e não desprezadas como há muito vem acontecendo, com as consequências que estão à vista.
A DORP do PCP reafirma a existência de alternativa a esta política: uma política patriótica e de esquerda, tendo como componente essencial a valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos seus salários, direitos e condições de vida, no combate à exploração, na afirmação do projecto emancipador que o PCP protagoniza e a Constituição da República consagra.
A política alternativa que o PCP propõe e o país precisa só é alcançável pela intensificação da luta dos trabalhadores e das populações, usando todos os direitos, para rejeitarem o programa de agressão e garantirem o caminho dum Portugal com futuro.
A DORP do PCP apela aos trabalhadores, à juventude e a todos os atingidos por esta política para uma grande participação na manifestação convocada pela CGTP-IN para a praça dos Leões, no Porto, no próximo sábado, dia 1 de Outubro.
Porto, 29 de Setembro de 2011
A DORP DO PCP