1. O tema da Regionalização tem surgido nos discursos do PS e PSD ao longo dos ultimos 10 anos em momentos bastante peculiares. Sempre que é preciso afastar alguns fantasmas, interna e externamente, o tema vem para cima da mesa. Desta vez também serve para desviar as atenções da crise. É um discurso demagágico e tacticista inaceitável e absolutamente desprovido de seriedade à luz do comportamento destes dois partidos ao longo dos anos. Agora é a vez do PS.
2. A evolução da situação do País nos anos posteriores ao Referendo, na maioria dos quais o PS governou, mostra que todas as palavras sobre a regionalização são sempre titubeantes e inconsequentes. Sempre sob a sua batuta, o centralismo político cresceu: atente-se nos episódios da governamentalização do Metro e da Autoridade Metropolitana de Transportes, da centralização das decisões dos muitos milhões do QREN e da sua gestão, pelos braços de poder que actualmente são as CCDR’s, entre outros episódios menos dignificantes. O País está mais desigual e mais injusto e o entrave à criação das regiões administrativas não ajuda à resolução de muitos problemas, que passam pelo empobrecimento relativo da Região Norte no plano nacional e na UE.
3. O PCP sempre exigiu o cumprimento da Constituição e continua a considerar que a consagração das regiões administrativas é fundamental para o desenvolvimento mais equilibrado do País e para o melhor aproveitamento dos recursos e investimentos.
Porto, 21 de Janeiro de 2009
GI/DORP do PCP