Com efeito se levarmos em consideração a evolução do PIB per capita a preços correntes, em paridades de poder de compra, segundo os dados da Eurostat, Serviço de Estatísticas da União Europeia, a conclusão não pode ser outra, embora os elementos fornecidos respeitem a NUTs III e não a distritos.
Contudo, os dezoito concelhos do distrito distribuem-se pelas NUTs III do Ave, Santo Tirso e Trofa, Grande Porto, oito dos nove concelhos, e Tâmega, os restantes oito concelhos de um total de quinze da sub-região.
Portanto, os valores que serão referidos dirão respeito às NUTs III de que fazem parte os dezoito concelhos dodistrito, mas tal aspecto, em minha opinião, não distorce a análise que se faz.
Assim, em 1995, o Ave representava 82,1% da média nacional. Segundo os dados mais recentes do Eurostat, referentes a 2006, esse valor baixou para 73,9%.
Considerando os mesmos anos, o Grande Porto, no primeiro, apresentava o valor de 113%. No que respeita a 2006, continuou o ritmo descendente, agora para 98,3%.
Ainda com os mesmos anos de comparação, a sub-região do Tâmega representava, no primeiro, 49,6% da média nacional. Quanto a 2006, verificou-se uma subida para 57,8%, continuando, contudo, a ser o valor mais baixo do País.
Agora, tomemos como base a média da UE.
Neste caso, em 1995, o Ave representava 61,6%. Em 2006, esse valor passou a ser de 56,4%.
No que respeita ao Grande Porto, em 1995, era de 84,9%.
Considerando o ano de 2006, continua a tendência decrescente, agora para 75,0%.
Quanto ao Tâmega, em 1995 significava 37,3%. Em 2006, o valor é de 44,1%, muito abaixo de metade da média da UE.
Saliente-se os valores muito baixos do Tâmega, sempre inferiores a 50%, o que se traduz em ser uma das sub-regiões mais pobres da UE.
Por outro lado, não podemos deixar de chamar a atenção o empobrecimento acentuado do Grande Porto face à média do País e da UE, sublinhando-se que aqui estão os concelhos ditos “mais ricos” do distrito.
Os recentes números do desemprego mostram o contínuo agravamento da situação social no distrito e o falhanço das políticas do PS
O distrito do Porto continua a apresentar uma taxa média de desemprego, 13%, superior à taxa média nacional, 10%. Alguns concelhos apresentam taxas claramente acima, tais como Baião, com 21%, Santo Tirso e Trofa, com 18%, Valongo e Vila Nova de Gaia, com 16%. Se levarmos em consideraçãoos dados do mês anterior, Maio, vemos que enquanto a nível nacional o número de desempregados diminuiu em 99, a no distrito verificou-se umaumento de 1876, isto é de 1,6%. Ou seja, agravou-se a situação do desemprego no distrito face ao que se passa a nível nacional, não se podendo esquecer que estamos num período tendencialmente de diminuição de desemprego.
O desemprego no distrito representa 25% do desemprego nacional, quando a sua população é apenas de 11%. Comparando, ainda, com os dados de Maio temos que há concelhos com aumentos muito acima da variação média, como sejam Penafiel, mais 3,3%, Paços de Ferreira, 3,2%, Póvoa deVarzim, 2,4%, Gondomar, 2,3% e Vila Nova de Gaia, 2,1%.
Levando em consideração os dados do mês homólogo do ano passado, temos que embora o aumento no distrito seja inferior ao aumento nacional não podemos esquecer que o desemprego nesta região atingia já proporções muito mais intensas. Mesmo assim, não pode deixar de ser salientado o agravamento em Paços de Ferreira, mais 58,9%, e Paredes, mais 52,4%, concelhos onde a indústria do mobiliário tem peso significativo, em Lousada, mais 73%, Póvoa de Varzim, mais 36,7%, Trofa, mais 35,7%, e Vila do Conde, mais 33,5%.
Demagogia do Governo esconde a realidade
Governo chumba propostas da CDU
Contrariamente ao que o primeiro-ministro demagogicamente afirma, o país –e em particular o distrito do Porto– está mais pobre, mais desigual e mais injusto, situação amplamente agravada pelo encerramento de serviços públicos dos últimos anos (nomeadamente Maternidades, Serviços de Urgências, Centros de Saúde e Escolas), por uma política de continuado desinvestimento público e por uma política ruinosa para a industria e o comércio da região.
É por isso particularmente grave que os partidos que tiveram responsabilidade governativa nos últimos anos (PS, PSD e CDS-PP) tenham chumbado as propostas apresentadas pelos deputados do PCP na Assembleia da República, nomeadamente a proposta de alteração dos critérios para atribuição do subsidio de desemprego – que protegeria muitos dos 300 mil desempregados sem qualquer prestação social – assim como o Plano Social de Emergência para o distrito, no qual propúnhamos um conjunto de medidas de efeito imediato no apoio social e no combate às injustiça sociais.
Os candidatos da CDU pelo distrito do Porto mantêm o compromisso do total empenho no combate às políticas de direita responsáveis pela situação actual, agindo em cinco princípios fundamentais:
1.Justa distribuição da riqueza.
2.Combate firme à corrupção.
3.Fim das regalias aos bancos e aos grupos económicos.
4.Valorização do trabalho com direitos, de políticas sociais eficazes.
5.Efectivo apoio às micro, pequenas e médias empresas.
Porto, 6 de Agosto de 2009
Participam nesta Conferência de Imprensa:
Jaime Toga e José Pedro Rodrigues,
candidatos da CDU à Assembleia da República pelo círculo do Porto