Será grande, muito grande, a Marcha «Protesto, Confiança e Luta» que a CDU promove já depois de amanhã em Lisboa. Por todo o País, é grande o entusiasmo em torno desta acção, assim como a determinação em fazer dela um grande momento de afirmação da necessidade de ruptura com a política de direita e da construção, em Portugal, de uma nova política.
O entusiasmo em torno desta iniciativa é muito grande e milhares de pessoas garantiram já a sua participação. Mas como asseguraram ao Avante! dirigentes do Partido de várias organizações regionais, os contactos vão continuar até ao último dia, para que ainda mais gente participe nesta grande acção de massas promovida pela CDU.
No distrito de Lisboa, milhares estão já inscritos para os autocarros. Mas, afirmaram-nos, muitos mais irão pelos seus próprios meios, pois as pessoas «estão a aderir com muita facilidade» à Marcha. O mesmo se passa na Península de Setúbal, onde se sente um grande entusiasmo, tanto em torno das questões nacionais como dos problemas concretos dos vários concelhos, freguesias e empresas. Os contactos vão continuar até ao último dia.
Também do Alentejo se prevê uma boa participação. Em alguns concelhos do distrito de Évora, a mobilização está «bem para além» dos militantes e simpatizantes do PCP, superando, em alguns casos, a participação em algumas das mais recentes manifestações unitárias. Em Beja, sente-se uma «grande receptividade» por parte das pessoas quando confrontadas com a Marcha e seus objectivos. Aos militantes comunistas foi mesmo enviada uma carta apelando à sua participação nesta e noutras importantes iniciativas que ocorrem no fim-de-semana. Nos concelhos do Litoral Alentejano, existe uma «grande compreensão» com os objectivos da Marcha, que há muito que vem sendo falada em plenários, reuniões e outras iniciativas. De Portalegre, a participação extravasa as fronteiras do Partido e em alguns concelhos são os jovens que estarão na primeira linha.
No Porto, a mobilização está a correr «optimamente», mas, garantiram-nos, continua-se a trabalhar para ultrapassar os objectivos. Também de Santarém se salientou a necessidade de prosseguir os contactos por todos os meios, do telefone ao correio electrónico, passando pelas fundamentais conversas pessoais.
No Algarve os objectivos iniciais já foram atingidos, mas isso não fará com que sejam descurados os contactos que ainda há por fazer. Em Aveiro, como na Guarda, Castelo Branco e Viseu, a mobilização é «bastante boa», em alguns casos superior às expectativas iniciais.
Em Coimbra, a Marcha está também a ter um «grande impacto» e a participação da região «será importante», enquanto que de Leiria realçaram-nos o «bom ambiente» existente em torno desta iniciativa que, acreditam, será «grande».
O Norte do País também estará bem representado. No distrito de Vila Real, os objectivos estão há muito ultrapassados, enquanto que em em alguns concelhos de Braga e Viana do Castelo, as expectativas foram largamente superadas. De Bragança, virá um conjunto de participantes com animação da região.
Cartão vermelho ao Governo!
Em vários momentos do percurso, os participantes mostrarão um «cartão vermelho» ao Governo e à sua política – ao desemprego, à precariedade, às privatizações, ao Código do Trabalho, ao ataque aos direitos laborais e sociais. Ao mesmo tempo que afirmarão, em dezenas de faixas e cartazes, as propostas concretas para a construção de uma nova política (publicadas, algumas delas, nas páginas desta edição do Avante!).
Das regiões chegarão também reivindicações concretas, relacionadas com os problemas mais vivos com que se deparam os trabalhadores e as populações. O desemprego, a precariedade, o abuso do lay-off e de outros estratagemas para aumentar a exploração são realidades generalizadas por todo o País.
Mas Aljustrel, por exemplo, exigirá a reabertura das Pirites Alentejanas, com a readmissão de todos os trabalhadores, e Braga manifestará o seu apoio aos trabalhadores desempregados do complexo industrial da Grundig. A Amadora, fustigada pelo encerramento de importantes empresas industriais, defenderá o desenvolvimento do aparelho produtivo, enquanto que do Seixal virão os problemas que afectam os trabalhadores da Lusosider e da SN Seixal e de Almada as lutas dos trabalhadores da Transtejo ou do Arsenal do Alfeite, a braços com a privatização da empresa. Do Porto chegará a denúncia do encerramento da Qimonda.
Também comum a quase todas as regiões do País são os problemas relacionados com a saúde: serviços de urgência e centros de saúde que encerraram, hospitais que tardam a ser construídos. É o caso, entre outros, do distrito de Santarém. A agricultura será o tema dos participantes vindos de Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, bem como dos de Moura, no coração do Baixo Alentejo. A situação das pescas e a necessidade da sua valorização será trazida pelos sesimbrenses.
Tudo isto justifica a participação de muita gente, cada um somando as suas próprias razões às razões da que é, já, uma grande, grande Marcha.
Alegria, determinação e confiança
A Marcha «Protesto, Confiança e Luta» inicia-se no início da Praça Duque de Saldanha. É a partir desse ponto, e na direcção do Campo Pequeno, que os participantes se concentrarão para, às 15 horas, darem início à Marcha, que termina no Marquês de Pombal.
Durante o percurso, e para além das palavras de ordem e canções entoadas pelos participantes, haverá muita animação, em sinal de confiança no futuro que ali se constrói e projecta. De vários pontos do País, vêm grupos de bombos, tambores, gaitas, acordeões, bem como carros alegóricos e cabeçudos.
Antes do comício, marcado para as 17 horas, haverá um momento musical, onde pontificam o músico Samuel e a cantora Luísa Basto. No comício, presidido pela jovem Rita Rato, tomarão da palavra Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, e representantes do Partido Ecologista Os Verdes e da Intervenção Democrática. Ilda Figueiredo, primeira candidata da coligação às eleições de 7 de Junho, dará início ao período das intervenções.
in Avante!; 21 de Maio de 2009, pág.5