JCP
Qimonda - modelo de precariedade e exploração
Desde 2006, os trabalhadores são diariamente sujeitos a um horário desumano de 12 horas de trabalho, uma alteração imposta pela empresa através de medidas repressivas e anti-democráticas, tais como inquéritos não anónimos (como forma de pressão) e despedimentos direccionados a quem não aceitou este horário. Lembramos que cerca de 70 trabalhadores que corajosamente resistiram a este horário foram alvo de um despedimento colectivo apenas uma semana depois da visita do primeiro-ministro a esta empresa, em que anunciou um investimento de 70 milhões de euros.
A vida pessoal e familiar destes trabalhadores é hoje gravemente afectada por um horário de trabalho intensivo, que agrava o risco de doenças profissionais e aprofunda a exploração com ritmos de trabalho desajustados.
Protegidos pelas políticas de direita do governo PS/Sócrates, o patronato sente as costas quentes e prossegue o ataque a importantes direitos como a Contratação Colectiva e tentam abrir o caminho para mais atropelos com as medidas gravosas de revisão do código do trabalho, entre as quais se encontra a desregulamentação dos horários, como já acontece na Qimonda e com resultados desastrosos na vida dos jovens trabalhadores que ai trabalham.
Cerca de 400 trabalhadores da Qimonda exerceram o seu direito à Greve no dia 5 de Junho de 2008 participando numa importante Jornada de Luta da CGTP-IN, demonstrando a sua capacidade de organização e luta. A JCP saúda esses trabalhadores e reafirma o seu empenho na denuncia deste atropelo aos direitos de quem trabalha.
A JCP, desde sempre, esteve e está solidária com a luta pelas 8 horas de trabalho destes jovens trabalhadores, bem como pelo aumento dos salários e vínculos laborais estáveis e afirma que só a luta é o caminho para garantir e conquistar direitos, combatendo estas políticas exploradoras.
Porto, 11 de Outubro de 2008
A Comissão Regional do Porto da JCP