O Compromisso dos candidatos da CDU pelo distrito do Porto é inseparável do programa eleitoral que as forças componentes da CDU (PCP e PEV) apresentam ao povo português, assumindo esses conteúdos e incorporando uma dimensão de resposta a questões específicas do distrito.
A prática dos deputados eleitos pela CDU distingue-se de todos os outros quer pelo facto de assumirem o compromisso de não serem beneficiados no exercício do mandato, quer pela atenção que prestam à concretização de todos os compromissos que assumem com os trabalhadores e o povo.
Essa prática reflectiu-se na legislatura que agora termina. Com apenas um deputado eleito pelo distrito, foi pela voz da CDU que os problemas concretos dos trabalhadores e das populações tiveram eco na Assembleia da República, assim como foi pela CDU que chegaram ao Parlamento propostas concretas para aumentar salários e pensões ou enfrentar problemas da habitação, mobilidade, da saúde, da educação, rede pública de creches… um trabalho ancorado numa permanente ligação com a região, as suas instituições
e populações.
A situação do país evidencia as consequências das opções da política de direita – da submissão às imposições externas e aos interesses do capital – evidenciando-se o rumo de liquidação do SNS e da Escola Pública a favor dos privados, a falta de resposta às carências de habitação, a acentuação da desigualdade e da pobreza, os baixos salários e as baixas pensões, a degradação dos serviços públicos, a insuficiência de transportes públicos, a degradação dos serviços públicos, a estagnação económica e a crise demográfica, empobrecimento do regime democrático e diminuição do pluralismo da comunicação social, que pode ser seriamente agravada com o processo em torno do Global Media Group com importante expressão na região, mas também com as continuadas dificuldades sentidas por muitos órgãos de comunicação social local e regional.
Na região estes problemas sentem-se de forma particularmente vincada. O ataque aos serviços públicos e os salários abaixo da média nacional conduzem a índices de pobreza e exclusão social mais expressivos. Mais de 10 mil famílias do distrito carecem de habitação condigna. Apesar de formalmente haver uma grande cobertura de médicos de família no distrito, tal não apaga a carência de resposta nos cuidados primários de saúde, a dificuldade de acesso aos exames de diagnóstico e às consultas de especialidade, a degradação de instalações e o congestionamento dos serviços de urgências hospitalares. A ausência de resposta pública à infância e à terceira idade aprofunda as desigualdades, promove o isolamento e limita a concretização de objectivos de vida, nomeadamente às novas gerações. Agravam-se as dificuldades de mobilidade decorrentes da opção errada de entregar a privados a rede de transporte rodoviária metropolitana circunscrevendo a STCP à cidade do Porto; do adiamento de importantes linhas de metro; da não reabertura da linha do
Tâmega e do serviço de passageiros na linha de Leixões.
Problemas que persistem também porque, às propostas concretas do PCP para superar muitas delas, uma convergência de fundo entre PS, PSD, CH e IL as têm chumbado evidenciando que, por muito que encenem discussões, se juntam sempre que, para resolver os problemas da região ou do país, possam ser postos em causa os interesses, lucros ou privilégios de grupos económicos.
Para lá das dificuldades, a região tem potencialidades que têm sido destruídas ou não estão aproveitadas. A refinaria de Matosinhos ou a Efacec são exemplos da abdicação do interesse nacional face à capacidade de produção industrial.
A mesma abdicação que se observa na agricultura e nas pescas, ou na forma como se tem vindo a degradar a resposta dos serviços públicos.